O Hospital Estadual Alberto Rassi – HGG anuncia o primeiro transplante de medula óssea realizado na unidade. O procedimento, feito em um jovem de 24 anos, foi bem sucedido. O paciente já recebeu alta hospitalar e se recupera em casa. Este foi o primeiro transplante do tipo realizado em um hospital da rede pública estadual, em Goiás.
A unidade conta com o Serviço de Transplante de Medula Óssea, coordenado pelo médico hematologista Adriano de Moraes Arantes. O primeiro paciente transplantado foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer que se origina no sistema linfático. Patrick Brunner Viana de Assis, de 24 anos, estava internado no HGG desde o dia 14 de abril, e foi o primeiro paciente a ser submetido ao tratamento no hospital.
O coordenador do Serviço de Transplante de Medula Óssea da HGG explica que Patrick passou por um transplante autólogo, procedimento no qual as células precursoras da medula óssea provêm do próprio paciente transplantado. “O paciente respondeu muito bem ao tratamento. O procedimento ocorreu dentro do esperado e agora podemos dizer que tivemos o primeiro transplante de medula óssea bem-sucedido no HGG. Este é o primeiro transplante de muitos que esta unidade 100% SUS irá realizar junto aos à Rede Estadual de Saúde”, destacou o médico.
Adriano Arantes ressaltou ainda que o serviço vai atender pessoas que possuem algumas doenças que afetam as células do sangue, linfomas e mielomas. O médico detalhou que, apesar da alta, o paciente deverá ter cuidados, devido à fragilidade de seu sistema imunológico. “Nestes primeiros dias há o risco, ainda que leve, de imunossupressão, que é a diminuição da resposta imune do organismo. O Patrick está passando por uma reconstrução do sistema imunológico”, explicou.
De acordo com o especialista, apesar da alta, a equipe vai continuar monitorando a evolução do quadro do paciente ao longo do tempo. “Ele vai passar por um período de acompanhamento, vai ser revacinado com várias vacinas, que incluem: Influenza, Hepatite A, Hepatite B e outras do calendário de pacientes transplantados. Pelos próximos 180 dias, ele vai passar por algumas limitações, mas logo estará livre para viajar e exercer suas atividades habituais”, pontuou Adriano.
O HGG foi habilitado pelo Ministério da Saúde para realizar o procedimento em 2023. A operação do Serviço de Transplante de Medula Óssea foi iniciada no último mês de abril. A Unidade de Transplantes de Medula Óssea do hospital tem a capacidade de realizar, no mínimo, seis transplantes por mês, além do atendimento ambulatorial de 45 pacientes.
A área exclusiva para os pacientes de transplante de medula óssea dispõe de apartamentos com antecâmara, climatização com pressão positiva do ar e filtros hepa, equipamentos para purificação da água nas torneiras e chuveiros com o objetivo de evitar o risco de contaminação para os pacientes. Além de copa e banheiros exclusivos para acompanhantes, e outros aspectos importantes para o atendimento à legislação sanitária vigente e às boas práticas.
Estas novas instalações contam com estrutura moderna em uma área de 644m², com um total de 32 leitos, sendo 26 para transplantes de rins, fígado, pâncreas e rim-pâncreas, e outros seis para transplante de medula óssea. O Serviço de Transplante de Medula Óssea do HGG conta, ainda, com o apoio do Hemocentro Coordenador Estadual de Goiás Prof. Nion Albernaz.
O Hemocentro é o responsável pela coleta, processamento, armazenamento e distribuição das células progenitoras hematopoiéticas, utilizadas no transplante. Além de contribuir com a distribuição de hemocomponentes que o paciente necessita durante o processo do transplante.