O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PSD), revelou em nesta terça-feira (4), em entrevista na Rádio Difusora de Goiânia, que está articulando uma reunião com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, em Goiânia, para definir a formação da chapa do PSD em Goiás para as eleições de 2026. Segundo ele, o encontro deve consolidar a estratégia da sigla no Estado e confirmar sua pré-candidatura ao Senado.
“Falei com Kassab na semana passada e o deputado Ismael [Alexandrino] também tem acompanhado isso. Estamos aguardando a vinda dele a Goiás para que possamos discutir os nomes e planejar o partido”, afirmou Mendanha. Na prática, a articulação conduzida por Mendanha ao lado do deputado federal Ismael Alexandrino sinaliza a montagem de uma chapa de candidatos a deputado federal, movimento que dá corpo político à candidatura dele ao Senado.
A composição dessa chapa, segundo aliados, tende a se tornar ponto central da disputa interna no PSD goiano, presidido no Estado pelo senador Vanderlan Cardoso. Mendanha reforçou que sua entrada na legenda foi condicionada a três fatores: o apoio ao governador Ronaldo Caiado em eventual candidatura presidencial, a aliança com Daniel Vilela para o governo estadual e a garantia de que disputaria o Senado.
“Eu só vim para o partido com a condição de ser candidato ao Senado, e isso foi acertado tanto com o Vanderlan quanto com o presidente Kassab”, destacou. Nos bastidores, a movimentação indica que o grupo de Mendanha e Ismael tenta garantir espaço e representatividade dentro da estrutura partidária, frente ao núcleo ligado a Vanderlan, que também é visto como potencial candidato ao Senado.
Confira a seguir a entrevista completa com Gustavo Mendanha (PSD):
Jordeva: Prefeito, o senhor está articulando sua pré-candidatura ao Senado. Como anda essa construção dentro do PSD?
Gustavo Mendanha: Falei com o deputado Ismael Alexandrino e com o presidente Kassab. Enviei uma lista de nomes com quem já conversei, pessoas que tiveram boa votação e que podem compor a chapa. Estamos aguardando a vinda do Kassab a Goiás para discutir o planejamento do partido.
Vassil Oliveira: Isso significa que o PSD está montando uma chapa de federais em torno da sua candidatura?
Gustavo Mendanha: Exatamente. Acho que o momento é de fortalecer o partido e buscar nomes. Meu compromisso com o PSD é esse — trazer quadros, ajudar na formação da chapa de federal e estadual e construir um projeto sólido para Goiás.
Isadora Pícolo: O senhor impôs condições para entrar no partido. Quais foram?
Gustavo Mendanha: Foram três. Primeiro, poder apoiar o governador Ronaldo Caiado para presidente, independentemente da decisão nacional do partido. Segundo, que o PSD estivesse junto com Daniel Vilela. E terceiro, minha candidatura ao Senado. Todas foram aceitas.
Palestrante: Mas o senador Vanderlan Cardoso disse que ninguém chega ao partido com espaço garantido.
Gustavo Mendanha: Conversei com ele, sim, e entendo as dificuldades internas. Mas o que foi combinado comigo, tanto por ele quanto por Kassab, é que eu viria para o PSD como pré-candidato ao Senado. Estou cumprindo meu papel, ajudando a formar a chapa e buscando fortalecer o partido.
Vassil Oliveira: O PSD vive um momento de indefinição em Goiás?
Gustavo Mendanha: Acho que estamos em um processo de organização. Por isso a importância dessa reunião com Kassab, para alinhar a direção do partido e definir nossos passos.
Isadora Pícolo: E como o senhor vê a movimentação de Daniel Vilela e Ronaldo Caiado?
Gustavo Mendanha: Tenho grande confiança nos dois. O Daniel tem um trabalho consistente e está muito bem posicionado. E o governador Caiado, pela gestão que faz, tem todas as condições de disputar a Presidência da República. Eu quero estar ao lado deles nesse projeto.
Vassil Oliveira: O senhor abriria mão da candidatura ao Senado se houvesse um acordo entre Daniel e o PL?
Gustavo Mendanha: Eu sempre disse que penso no Estado, não em projeto pessoal. Se for para o bem de Goiás, não teria dificuldade em abrir mão e colaborar de outra forma, ajudando na campanha e na unidade política.
Entrevista – Gustavo Mendanha na Rádio Difusora Goiânia (95,5 FM)
Jordevá Rosa: O senhor é candidato ao Senado nas eleições do ano que vem?
Gustavo mendanha: Por conta da legislação, eu digo que eu sou pré-candidato, né? A partir das convenções que pode ser candidato. Estarei trabalhando pra concorrer ao lado da Gracinha, junto com o Daniel Vilela, pra poder dar continuidade aí ao trabalho do governador Ronaldo Caiado.
Vassil Oliveira: Prefeito, a gente percebe que o PSD vive um momento de muitas movimentações internas. O senhor mencionou recentemente uma reunião com o presidente nacional Gilberto Kassab, articulada pelo deputado Ismael Alexandrino, em Goiânia, para discutir o futuro da sigla em Goiás. O que está em jogo nessa conversa?
Gustavo Mendanha: Essa reunião realmente deve acontecer em breve. Conversei com o deputado Ismael e também com o presidente Kassab. A expectativa é que possamos tratar do fortalecimento do partido no Estado, discutir nomes e estratégias para as eleições de 2026. O partido vive um momento de reorganização, e acredito que o encontro vai ser importante para definir rumos.
Vassil Oliveira: O senhor tem dito que trabalha pelos nomes de Daniel Vilela ao governo e Gracinha Caiado ao Senado, além do apoio à candidatura de Ronaldo Caiado à Presidência. Essa tríade é definitiva?
Gustavo Mendanha: Sim. Eu tenho muito respeito e admiração pelos três. A Gracinha faz um trabalho extraordinário na área social, que tem impacto em todo o Estado. O Daniel é um amigo, alguém que conheço há muito tempo, foi meu grande apoiador em Aparecida. E o governador Ronaldo Caiado é um líder com visão e preparo, que tem feito um trabalho exemplar em Goiás e, acredito, está pronto para representar o Estado na disputa presidencial.
Isadora Picolo: Como está sua relação com o senador Vanderlan Cardoso, que também deve tentar a reeleição?
Gustavo Mendanha: Quando entrei no PSD, apresentei três condições: poder apoiar Ronaldo Caiado à Presidência, estar na base do Daniel Vilela e disputar o Senado. Todas foram aceitas. Mas o senador Vanderlan acabou dando declarações que trouxeram certa confusão, falando que eu poderia ser candidato a vice-governador. Sempre deixei claro que minha disposição é disputar o Senado. Conversei com Ismael Alexandrino, com Kassab e com o secretário Samuel Almeida sobre isso. Continuo trabalhando, com tranquilidade, para fortalecer o partido.
Vassil Oliveira: O PSD em Goiás parece um partido sem rumo definido. Afinal, quem manda no PSD hoje?
Gustavo Mendanha: Formalmente, o presidente estadual é o senador Vanderlan Cardoso, e o presidente nacional é o Gilberto Kassab. Mas, de fato, existe uma insegurança causada por algumas falas e indefinições. Mesmo assim, mantenho meu compromisso com o partido e sigo ajudando a construir a chapa estadual, buscando bons nomes para deputado estadual e federal.
Jordevá Rosa: Essa reunião com Kassab e Ismael Alexandrino já tem data marcada?
Gustavo Mendanha: Ainda não. O deputado Ismael me ligou recentemente dizendo que Kassab deve vir a Goiás nas próximas semanas. Estamos aguardando a confirmação. A ideia é discutir o partido, o Estado e o projeto nacional, não apenas as candidaturas.
Isadora Picolo: O senhor tem declarado apoio a Gracinha, Daniel e Caiado. Esse apoio tem sido retribuído?
Gustavo Mendanha: Eu acredito que sim. O Daniel vem se consolidando e é natural que receba o apoio do governador. Mas, acima de tudo, o que existe é uma convergência de projetos. Eu acredito na continuidade do trabalho que está sendo feito em Goiás.
Vassil Oliveira: Há especulações de uma chapa entre MDB e PL, com Daniel Vilela ao governo e uma vaga ao Senado para Gracinha Caiado ou Gustavo Gayer. Nesse caso, o senhor retiraria sua candidatura?
Gustavo Mendanha: Eu sempre disse ao Daniel e ao governador Caiado que não tenho apego a projeto pessoal. Se for para o bem do Estado e da unidade do grupo, não teria problema em abrir mão da candidatura e ajudar na coordenação da campanha. O importante é que Goiás continue avançando.
Jordevá: Então o senhor defende uma aliança entre o MDB e o PL aqui em Goiás?
Gustavo Mendanha: Eu não diria exatamente que eu defendo, mas acredito que nós precisamos refletir com cuidado. Não apenas sobre o Senado em Goiás, mas também sobre o Senado em nível nacional.
Acho que é importante pensar no Daniel, mas também pensar no governador Ronaldo Caiado. A eventual eleição do Joselino, por exemplo se houvesse uma vaga para o PL poderia mudar o cenário. É uma situação que precisa ser avaliada com equilíbrio.
O PL, na minha visão, precisa dar uma contrapartida ao governador Ronaldo Caiado. Essa candidatura representa, de certa forma, uma via de mão dupla: um apoio que beneficia tanto o Estado quanto o projeto nacional do partido.
Precisamos enxergar esse movimento como um trabalho conjunto, voltado para Goiás, mas também para o Brasil. Afinal, o Joselino aparece com mais de 15% das intenções de voto, o que mostra força. E eu entendo que, ao abrir uma vaga ao Senado aqui no Estado, o PL também deve pensar na sua contrapartida nacional algo essencial para fortalecer não só a candidatura do Daniel, mas também a liderança do nosso governador Ronaldo Caiado.
Vassil Oliveira: Como o senhor avalia o desempenho de Daniel Vilela e Ronaldo Caiado nesse cenário de transição e pré-campanha?
Gustavo Mendanha: Acredito que o Daniel está caminhando muito bem. Ele tem o apoio da base, aparece à frente nas pesquisas e é o vice-governador mais bem avaliado que Goiás já teve. Isso é resultado do seu trabalho e da confiança que o governador Ronaldo Caiado tem demonstrado nele. Diferente de outras eleições, em que os candidatos apoiados pelo governo saíam atrás, o Daniel já parte em vantagem, o que mostra o reconhecimento da população.
Do outro lado, há um ex-governador com alta rejeição, o que reforça ainda mais a posição do Daniel. Vejo nele um nome preparado para dar continuidade ao projeto que vem sendo construído em Goiás.
Quanto ao governador Ronaldo Caiado, acredito que ele é o nome certo para este momento do Brasil. Segurança pública será um dos principais temas da eleição nacional, e nenhum outro pré-candidato tem a experiência e a credibilidade dele nessa área. Caiado é um gestor de resultados, respeitado no país, e tenho certeza de que será uma das grandes surpresas dessa disputa presidencial.
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