Em razão da decisão judicial que determina o fim imediato da greve dos professores da Universidade Estadual de Goiás (UEG) sob multa de R$ 100 mil por dia, os docentes da universidade decidiram suspender a greve temporariamente. A Associação dos Docentes da UEG (Adueg) informou que a suspensão irá seguir até o julgamento do recurso que contesta a liminar e, em atenção à reunião agendada para sexta-feira (8) com a Secretaria-Geral de Governo.
Segundo a Adueg, o secretário-geral do Governo, Adriano Rocha Lima, receberá representantes da associação às 8h30, no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia. A reunião foi proposta pela associação e deliberada na Audiência Pública organizada pela Frente Parlamentar em Defesa da UEG, na última quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Na ocasião, foram feitos apontamentos sobre as reivindicações dos docentes e discentes da instituição e colocações que serão levadas ao governo.
Vale lembrar que o presidente da Adueg, Marcelo Moreira, afirmou ao Diário de Goiás que a categoria solicita duas pautas centrais: o acesso à proposta de Plano de Carreiras dos Docentes da UEG, e também a extinção do quadro de vagas que limita as progressões por titulação e impede que os docentes recebam conforme sua qualificação. “São duas questões que podem ser resolvidas com muito diálogo”, afirmou Marcelo.
Até a nova negociação, a categoria permanecerá em “estado de mobilização” e com ações pontuais. Na manhã desta quinta-feira (7), está sendo realizada uma Audiência Pública em Defesa da Universidade Estadual de Goiás (UEG), na Câmara Municipal de Anápolis, promovida pelo vereador Professor Marcos (PT).
Durante assembleia realizada nesta quarta-feira (6), Marcelo Moreira expôs o histórico das tratativas dos professores e alunos com o Governo de Goiás ao longo dos últimos anos. De acordo com ele, as demandas se arrastam há um ano. Sobre a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), que ocasionou a suspensão da greve, Marcelo afirmou que faltaram elementos para que a própria Universidade e o governo colaborassem para que o desembargador escrevesse a decisão.
Nós estamos fazendo as forças, as estruturas do Estado se mobilizarem a ponto de tentar nos intimidar com R$ 100 mil diários, para um sindicato que tem 360 ou 350 filiados.
Marcelo Moreira
Em comunicado a Adueg pontuou sobre a progressão das solicitações até o momento. Foi informado que na última quarta-feira (6), com a plenária do Conselho Universitário da UEG (CsU), convocada de forma extraordinária, foi discutida a proposta de revogação do quadro de vagas que limita o número de docentes que podem progredir na carreira por sua qualificação profissional (titulação). O documento prevê a revogação do dispositivo legal da Lei 18.067/2013, que limitou o reconhecimento por titulação na UEG. A minuta de projeto de lei elaborado com a participação ativa da Adueg foi aprovada durante a sessão.
Também é destacado que após o início da greve, deflagrada no dia 1º de março, a Secretaria de Estado de Administração (Sead) devolveu a minuta de Projeto de Lei apresentada em 2023 pelos professores e professoras universitárias em 2023 (e até então sem resposta) que trata da revogação do dispositivo legal que institui o quadro de vagas para que seja readequada. Após a aprovação no CsU, a proposta reajustada retorna à Sead e à Secretaria-Geral de Governo (SGG).