12 de agosto de 2024
Arquivo Diário de Goiás • atualizado em 12/02/2020 às 23:47

Grandes e pequenas cabeças

O que a pesquisa sobre “os cabeças” do Congresso Nacional, feita pelo DIAP (Departamento Instersindical de Assessoria Parlamentar), revela com maior clareza é que a instituição tem líderes que conduzem o legislativo. Ela não é nova, mas, a cada rodada da pesquisa, mudam posições conforme o cenário político e os participantes. Da bancada de Goiás, apenas dois nomes foram incluídos entre “os cabeças”.

Pela lógica, se “os cabeças” são os que lideram e conduzem o legislativo brasileiro, os “cabecinhas” são conduzidos. Segundo o DIAP, eles são “parlamentares que conseguem se diferenciar dos demais pelo exercício de todas ou algumas das qualidades e habilidades aqui descritas”. É destacada “a capacidade de conduzir debates, negociações, votações, articulações e formulações, seja pelo saber, senso de oportunidade, eficiência na leitura da realidade, que é dinâmica, e, principalmente, facilidade para conceber ideias, constituir posições, elaborar propostas e projetá-las para o centro do debate, liderando sua repercussão e tomada de decisão.”

Sim, há uma clara distinção entre o “alto clero” e o “baixo clero”. Este, no entanto, pode influenciar menos, mas é o que vota e dá volume para as proposituras dos que lideram. Aguns, mais duros, poderiam até dizer que são “a massa de manobra”.

O senador Ronaldo Caiado (DEM) é um dos citados na pesquisa, juntamente com o deputado federal Jovair Arantes (PTB), como integrantes da lista dos cabeças. Cada um no seu estilo. Caiado é “debatedor” enquanto Arantes é “articulador”. A conclusão do DIAP é mutíssimo coerente. Jovair não é visto, nem ouvido, muito menos pelos meios de informação, no miolo do debate. Já o presidente do DEM-GO é figura muito presente nos meios de informação e no microfone do plenário.

E os outros? A bancada de deputados e senadores de Goiás decepciona em relação a alguns nomes, pela não presença na pesquisa, e de outros, é natural que não apareçam. A ausência do nome da senador Lúcia Vânia (PSB) entre as cabeças do Congresso Nacional deve ser avaliada como uma das decepções. Ela já é veterana no legislativo, mas não figura entre os líderes. Outro ausente na lista, o senador Wilder Moraes (DEM, ainda) é outro que passa uma imagem de pouca atividade no Congresso e, nas bases, os eleitores percebem isso. Ele é um desconhecido.

Na bancada de deputados federais, a ausência dos nomes de Roberto Balestra (PP), Pedro Chaves (PMDB), Rubens Otoni (PT), é, também, lamentável. São veteranos com desconexão com o perfil que a pesquisa do DIAP classifica como líderes. Não significa que sejam menos importantes para suas bases, pois podem atuar muito mais na busca de recursos do que no debate público. Qual discurso importante que algum destes parlamentares fez na Camara? É difícil responder. Talvez, por que eles realmente não existiram.

A pesquisa considerou a atuação dos parlamentares entre fevereiro e julho de 2015. A ausência dos novatos (ou neófitos) é até compreensível, pois eles ainda não mostraram o que podem desenvolver do ponto de vista político. Assim, nomes como dos deputados Daniel Vilela (PMDB), Delegado Waldir Soares (PSDB), Fábio Sousa (PSDB), Giuseppe Vecci (PSDB), e outros, não aparecem como “cabeças”. Quem sabe, algum deles apareça numa pesquisa futura do DIAP. Enquanto isso, terão trabalhar muito para aprender com os mestres. Ser um líder, ou ser um liderado? Eis a questão.

 

 


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