O presidente Jair Bolsonaro suspendeu a nomeação do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares após determinação de um juiz federal do Ceará.
O portaria do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, relatou a suspensão e foi publicada numa edição extra do Diário Oficial da União na quarta-feira (11).
Quando o governo anunciou a nomeação de Camargo, houve uma enxurrada de críticas, em especial do Movimento Negro. Em redes sociais, o jornalista já havia expressado posições de relativizar temas como escravidão e racismo, chegando a classificar a prática no Brasil como “nutella”.
“Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”, afirmou. Camargo também chegou a dizer que “a escravidão foi terrível, mas benéfica para os descendentes” e que “Negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.
O jornalista também não poupou críticas ao Dia da Consciência Negra. Para ele, o “feriado precisa ser abolido nacionalmente por decreto presidencial”. Ele disse que a data “causa incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros (Zumbi dos Palmares, que escravizava negros) e de uma agenda política que alimenta o revanchismo histórico e doutrina o negro no vitimismo”.
Postagens contra integantes do Movimento Negro foram feitas em novembro. Ele disse que “sente vergonha e asco da negrada militante”. “Se acham revolucionários, mas não passam de escravos da esquerda”, completou Camargo na publicação.
Após esta postagem, em 4 de novembro, o juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18º Vara Federal do Ceará, suspendeu a nomeação de Camargo. O magistrado justificou a determinação afirmando que as publicações feitas pelo jornalista ofendem o público que deve ser protegido pela Fundação Palmares.
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