O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta terça-feira (16) que a pasta irá estudar a possibilidade de reverter a taxa de importação de 20% sobre o etanol dos Estados Unidos para volumes maiores de 600 milhões de litros ao ano.
A medida foi tomada em agosto e ajudou a encarecer o combustível no mercado interno.
“Se acharmos que isso pode ser retirado, não terei dificuldade de levar à Camex [Câmara de Comércio Exterior]”, disse o ministro, durante divulgação da balança do agronegócio em 2017. “Depende do estudo que vamos fazer. Não tenho nenhuma restrição em fazer, desde que os números mostrem que essa taxação não faz mais sentido nesse momento”.
Maggi lembrou que os EUA reivindicam a retirada da taxação, ao mesmo tempo em que suspenderam as importações de carne do Brasil após a operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Segundo ele, o Brasil poderia aproveitar a situação para negociar uma solução conjunta para os dois casos.
“Os preços da gasolina no Brasil mudaram muito. Como os preços do etanol são atrelados à gasolina, me parece que não faz muito sentido a proteção que colocamos lá atrás”, disse.
Questionado sobre as restrições colocadas no final do ano passado por alguns países à carne bovina e suína brasileira, como a Rússia, Maggi declarou ainda que o Brasil tentará reabrir esses mercados.
“Há muitos interesses comerciais nesse processo, é um mercado extremamente disputado. No início desse ano esperamos reabilizar esses mercados. A Rússia é um caso muito particular. Há muitos anos reclamam que querem vender para o Brasil”, disse.
Exportações
A pasta informou que no ano passado as exportações brasileiras de agronegócios totalizaram US$ 96 bilhões, uma alta de 13% na comparação com o ano retrasado.
O setor respondeu por 44,1% de tudo o que o Brasil vendeu para outros países. O saldo comercial do agronegócio, de acordo com o ministério, foi de US$ 81,8 bilhões, o segundo maior da história.
Maggi aproveitou a divulgação para se posicionar contra a PEC (proposta de emenda à Constituição), em tramitação no Congresso, que retoma a cobrança de ICMS na exportação de produtos primários (não industrializados) e semielaborados.
Essa cobrança foi retirada pela lei Kandir, de 1996.
“Apesar de os volumes da safra estarem aumentando, a renda do produtor vem caindo. A lei Kandir permitiu que os ganhos do produtor aumentassem. Se isso for retirado, os produtores não vão atuar, pois vão perder dinheiro”, defendeu. (Folhapress)
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