O Governo de Goiás decretou o tombamento provisório da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada no distrito de Buenolândia, na Cidade de Goiás, considerada o templo religioso mais antigo do estado. A medida, publicada por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), garante proteção legal imediata ao imóvel e impede qualquer intervenção física sem autorização enquanto avançam os estudos técnicos para o tombamento definitivo.
Construída por volta de 1734, a igreja integra o núcleo inicial da ocupação do território goiano e é um dos registros mais antigos da presença religiosa no Centro-Oeste brasileiro. O tombamento reconhece oficialmente o valor histórico, cultural e simbólico do templo, que está diretamente ligado à formação do estado e à memória de quase três séculos.
Proteção do patrimônio histórico
O tombamento provisório assegura a preservação integral da edificação durante o processo de análise técnica, evitando descaracterizações ou danos estruturais. Localizada em Buenolândia, distrito onde, em 1726, o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Moço, fundou o Arraial da Barra, primeiro povoado goiano, a igreja ocupa um lugar central na história da ocupação do estado.
Além de seu valor arquitetônico, o templo possui forte relevância social. A devoção à Nossa Senhora do Rosário esteve historicamente associada à população negra e escravizada no período colonial, funcionando como espaço de fé, identidade cultural e organização comunitária em um contexto de opressão social.
Restauração prevista e turismo religioso
Apesar da arquitetura colonial simples, com poucos ornamentos e estrutura enxuta, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário é um dos principais símbolos da memória histórica de Goiás. No entorno, uma cruz antiga e um poço artesanal complementam o conjunto patrimonial protegido pelo tombamento.
A restauração do templo está prevista para 2026 e integra o Projeto Rota da Fé – Peregrinando pelas Igrejas de Goiás, iniciativa do governo estadual voltada à preservação de templos históricos e ao fortalecimento do turismo religioso.
Para a secretária de Cultura, Yara Nunes, o tombamento é essencial para manter viva a memória do povo goiano. Segundo ela, a proteção do imóvel assegura a preservação de um elo entre passado, fé e identidade cultural.
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