A coordenadora do Goiás Social, primeira-dama Gracinha Caiado, lançou nesta quarta-feira (18), no Auditório Mauro Borges do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, em Goiânia, o novo pacote de programas de auxílio estudantil no setor de tecnologia. A iniciativa é do Goiás Social e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que desenvolveram três novos programas de auxílio estudantil para as seis Escolas do Futuro de Goiás. Os três projetos de lei serão enviados à Assembleia Legislativa.
No total, serão mais de RS 20 milhões investidos apenas em 2025, em auxílios que têm o objetivo de reduzir a desigualdade social, combater a evasão escolar e aumentar o numero de profissionais para atuação no setor de tecnologia. Na ocasião foi anunciado ainda o aumento do valor da Bolsa Artista, assim como o crescimento no número de beneficiados. O programa vai beneficiar a formação de novos profissionais nas variadas árcas oferecidas pela Escola do Futuro de Goiás em Artes Basileu França.
José Frederico Lyra Netto, secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) em entrevista ao editor chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, celebrou a ampliação e afirmou que no total, os investimentos com as bolsas passam dos atuais R$ 1,9 milhão ao ano para RS 3,4 milhões ao ano:
O Estado já tem um programa Bolsa Artista para que talentos de alto rendimento artístico possam ter uma bolsa para ficar focado nisso. Tinha 9 anos que essa bolsa não era reajustada. Então agora ela vai chegar até R$ 1.200 reais por mês e antes era R$ 800 por mês. Então a gente aumentou em quase 100 bolsas a quantidade e aumentou o valor das bolsas.
Crédito Social Tech: O primeiro auxílio é o Crédito Social Tech, que concederá 572 auxílios de até R$ 5 mil para alunos de cursos Técnicos de Nível Médio e de Qualificação Profissional, nas modalidades presencial e à distância, nos cixos tecnológicos de Gestão e Negócios e de Informação e Comunicação. O valor deverá ser utilizado pelo estudante para a aquisição do kit empreendedor a fim de promover seu ingresso no setor produtivo para a geração de emprego e renda.
Englobam esses dois eixos cursos como: Criação e Gestão de Marcas e de Projetos, Criação de Modelo de Negócio, E-commerce, Economia Criativa, Empresas Digitais, Gestão de Tráfego digital.
Aprendizado de Máquina, Auxiliar de Análise e Processo de Software, Desenvolvedor Python, Design de páginas Web, Experiência do Usuário/Consumidor (UX), entre outros. Todos os cursos são oferecidos nas Escolas do Futuro de Goiás gratuitamente. Um investimento total de R$ 2,8 milhões em 2025.
Bolsa Profissionalizante: O segundo trata do Bolsa Profissionalizante, que terá investimento de R$ 14,1 milhões. Trata-se de um auxílio financeiro aos estudantes em situação de vulnerabilidade sociocconômica, matriculados em cursos de nível superior de Tecnologia, técnico de Nível Médio ou Qualificação Profissional em Tecnologia ou Artes, nas modalidades presencial e à distância, ofertados nas Escolas do Futuro de Goiás. Maior programa de assistência em EPT do país.
Ao todo, serão 3.682 bolsas. Para o nível técnico médio, serão 937 bolsas no valor de RS 350. Para os cursos de Qualificação Profissional em Tecnologia, serão 1.330 bolsas no valor de R$ 300; e para os cursos de Qualificação Profissional em Artes (caso da EFG em Artes Basileu França), serão 1.191 bolsas no valor de R$ 300. Já para os cursos superiores em Tecnologia serão 224 bolsas de R$ 400.
Segundo Lyra, a secretaria estudou dados e evidências que apontaram a dificuldade do jovem de baixa renda ficar na escola e se dedicar ao aprimoramento da tecnologia:
Porque o custo de tecnologia é pesado. Só que acaba que esse gasto é um investimento. Porque depois os empregos de tecnologia pagam muito bem. Então hoje você paga muito bem para o programador e para a programadora. Só que ele tem que chegar lá. Ele tem que conseguir cursar. Então acaba que pode parecer um gasto agora, mas no fundo é um investimento. Só que a gente tem que facilitar. É difícil esse percurso. Então estamos muito animados.
Segundo Lyra, primeiro o interessado tem que se matricular na Escola do Futuro. Então quem quiser se matricular, o site é: (efg.org.br). “Lá vai ter uma série de trilhas, ou seja, vários possíveis cursos. Desde pilotagem de drone, que é um negócio hoje que está muito em alta. Mas tem opções para quem deseja aprender a programar, desenvolver sistemas, internet, empresas digitais. Então tem uma série de cursos. E tem a Escola do Futuro em Arte, que é o Basileu França, essa escola emblemática no Estado e no país”.
O Governador Ronaldo Caiado entende que o ensino profissional tem que ser valorizado. A educação técnica é importante se o Estado e o Brasil querem crescer. Então ele está apostando alto nisso. A gente está em nossas escolas técnicas do futuro. Os Cotec, que são escolas técnicas de cursos tradicionais. A própria educação, que também tem seus cursos. A gente está todo mundo junto nessa história.
Na ocasião também foi realizada ainda a formatura da primeira turma do programa Cidadão Tech 60+. Ambas as iniciativas fazem parte das ações do Goiás Social e são executadas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). “A gente percebeu que os idosos muitas vezes estão excluídos da vida digital. Eles caem em golpe. Tem uma série de problemas. E a gente pilotou esse programa maravilhoso. Vocês vão ver aqui os depoimentos. E que a gente está formando essa moçada. Alguns por meio das escolas do futuro e parcerias também com a OVG e com as prefeituras”, afirmou Lyra.
Em entrevista, o secretário também abordou o recente diálogo com o Ministério da Fazenda sobre o compromisso de investir em um curso profissionalizante. Segundo Lyra, existe uma ideia do Ministério de trocar juros, ou seja o Estado pagaria menos juros da dívida, desde que a gente investisse ensino técnico, mas ainda não está regulamentado. “O Governo Federal ainda não regulamentou. Mas eles estão com essa proposta e a gente defende isso. Ou seja, o caminho seria esse”, afirmou.
José Frederico também afirmou que ainda existe um certo preconceito em relação aos cursos de caráter técnico. “Talvez o Brasil, ainda não está tão acostumado com a ideia de que o ensino técnico deveria ser a regra. Então assim, você vai para a Alemanha, para a Suíça, para esses países e você vê que a maior parte dos alunos do ensino médio fazem técnico. Tem gente que acha que quem faz ensino técnico é a segunda classe e não é verdade. Não é verdade para os países ricos, entendeu? Então a gente está aqui tentando quebrar essa cultura”, finalizou.