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Categorias: Política
| Em 11 anos atrás

Governador quer mais defensores na base aliada

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O Governador Marconi Perillo busca por mais pessoas que defendam a gestão dele. Mandou recado para vários políticos sobre isso, como relata o Jornal Tribuna do Planalto. A equipe de comunicação do governador acredita que alem de Jaime Rincon, presidente da AGETOP e Giuseppe Vecci, secretário de Planejamento, outros integrantes do primeiro escalão do governo precisam ser mais enfáticos na defesa do governo. Outros ponto que o governador precisa de mais defensores é a assembléia legislativa.

 

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Palácio quer mais ‘escudeiros’
Já pensando em 2014, aliados do governador começam a ser cobrados para referendar ações administrativas do governo estadual
Daniel Gondim – Repórter de Política

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Na luta por 2014, o governador Marconi Perillo (PSDB) quer ajuda dos aliados para conseguir se viabilizar e ter condições de disputar a reeleição em 2014. Prova disso é que, recentemente, houve uma recomendação dentro da base de sustentação do tucano para que os partidários começassem a defender mais as ações de governo e até o próprio chefe do Executivo estadual. Há uma avaliação dentro do Palácio das Esmeraldas que poucos aliados se esforçam para blindar o governo. Para fortalecer a base rumo à sucessão do ano que vem, aliados serão pressionados para melhorar esta defesa.

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“Veio da comunicação do governo essa recomendação. Eles querem que os aliados atuem mais para defender o governo e o próprio governador. Os primeiros a tomarem o puxão de orelha foram Vilmar Rocha e José Eliton, mas tem mais gente que também vai receber esse recado”, conta um auxiliar do governador.

A recomendação começou a ser transmitida no início do mês. Depois disso, por exemplo, o secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha (PSD), e o vice-governador José Eliton (PP) concederam longas entrevistas ao jornal Diário da Manhã e à Rádio 730, respectivamente. Ambos foram discretos na defesa, mas, por outro lado, foram enfáticos na demonstração de confiança na candidatura do governador em 2014.

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Nos bastidores da base aliada, porém, é nítida a sensação de que falta suporte para o governador. Na edição passada, a Tribuna trouxe uma entrevista do secretário de Gestão e Planejamento, Giu¬seppe Vecci (PSDB), que admitiu que os aliados precisam defender mais o governo.

“Não tenho a menor dúvida. Não apenas os aliados, mas todos nós temos que ter a compreensão da pessoa que é o governador Marconi Perillo. É muito fácil criticar A ou B, mas temos de reconhecer o homem administrador, o homem de gestão, o homem de visão que é Marconi. Não é questão de idolatrar, é de reconhecimento à sua capacidade de governar, de modernizar o Estado, de criar uma visão de Goiás a nível nacional diferente”, afirmou Vecci, que, no entanto, não encontrou uma justificativa para a falta de defesa.

“Talvez, no nosso dia a dia, fiquemos envoltos e não conseguimos enxergar a importância de se ter, na gestão pública, uma pessoa da envergadura do governador Marconi Perillo. Acho que ele, não só ele, mas outras pessoas, da oposição, são pessoas diferenciadas”, afirmou o tucano.

Encontros

A reclamação de que os aliados relutavam em defender o governador é antiga. No início de julho, a Tribuna teve do deputado estadual Túlio Isac (PSDB) a constatação desse fato. Túlio é um dos poucos deputados que está sempre disposto a comprar briga na tribuna da Assembleia para defender o governo. Os deputados Talles Barreto (PTB) e Júlio da Retífica (PSDB) são outros dois apontados como defensores do Palácio. E só.

“Eu não sei explicar o motivo disso, de ter só o Jayme Rincón e eu, eu e o Jayme para defender o governo. Pode ser má vontade, comodismo, falta de interesse, não sei. O que eu sei é que é uma injustiça, porque o governador sempre atende aos aliados, mas quando precisa deles todo mundo fica escondido”, disse.

À época, a explicação mais aceita para a falta de aliados defendendo o governador era a situação delicada do atual mandato de Marconi. A avaliação era de que o governo até tinha projetos importantes, especialmente na área de infraestrutura, mas uma parte dos aliados ainda desconfiava da capacidade de recuperação de Perillo.

Mais de um mês depois, a situação não mudou muito. Na entrevista concedida ao DM, por exemplo, Vilmar Rocha até defende a administração, mas, novamente, deixa escapar pequenas críticas. “Reconhecemos que há certo desgaste, mas ele não ocorre apenas no Estado de Goiás, mas da Dilma Rousseff e de todos os governadores”, disse ele, em material publicado no dia 10 de agosto.
Não foi a primeira vez que o secretário-chefe da Casa Civil deu declarações polêmicas. Em março, por exemplo, em entrevista ao Popular, Vilmar chegou a dizer que não havia discurso que justificasse uma nova candidatura de Marconi ao governo.

No caso do vice-governador, a situação é mais amena. Apesar de ter sido discreto na defesa de Marconi Perillo em sua entrevista, José Eliton é mais aberto ao mostrar confiança nos projetos administrativos do governo. Prova disso é que o pepista constrói uma agenda paralela pelo Estado para visitar obras e mostrar o trabalho desenvolvido pela gestão.

Diante desse cenário, a cobrança mais incisiva por defesa foi necessária. Não faltarão, porém, oportunidades para que os aliados mostrem lealdade ao governador, já que a base começou a organizar encontros semanais para unificar o discurso e afinar a estratégia para 2014.
Até agora, Trindade e Goianésia receberam os eventos nos dias 10 e 17, respectivamente. No próximo dia 31, será a vez de Itumbiara. Quem esteve presente garante que o clima é de apoio a Marconi Perillo, que não compareceu em nenhum dos encontros realizados até agora. Apesar da pressão de aliados, o governador mantém o discurso de que não quer ser candidato à reeleição e de que a base precisa de um nome novo para 2014 (leia a entrevista com Marconi Perillo nas páginas 4 e 5).
O vice-governador José Eliton é quem comanda a mobilização para os encontros. Em Trindade, por exemplo, ele fez bem o papel de defender o governo de ataques, classificando a oposição de “raivosa”. Além disso, ele rebateu as críticas feitas ao volume de empréstimos contraídos para bancar os principais projetos da atual administração.

Nesse sentido, portanto, a cobrança surtiu efeito. “Eu não sei se houve de fato essa cobrança, mas se houve mesmo, o Zé entendeu bem o recado. O discurso dele em Trindade foi muito leal ao governador e mostrou uma defesa sólida dos interesses do governo. Em Goia¬nésia, a mesma coisa”, conta um deputado governista.

Jovair Arantes
O deputado federal Jovair Arantes (PTB) pode ser o próximo a sofrer cobranças para defender o governador, já que, desde o início do atual mandato, a relação ambos não é das melhores. No encontro da base aliada em Trindade, porém, o presidente do diretório regional do PTB fez elogios à Marconi, chegando a dizer que, sem ele, o grupo não vence as eleições.

Isso, porém, ainda não é suficiente para acalmar a relação entre Jovair e o governo. O desempenho do filho do petebista, o deputado estadual Henrique Arantes (PTB), à frente da secretaria de Cidadania e Trabalho é um dos problemas, assim como o fraco resultado de Jovair como candidato da base aliada à prefeitura de Goiânia em 2012.

No caso de Henrique Aran¬tes, há reclamação de que o governo esvaziou a secretaria, tirando projetos importantes da pasta. Além disso, em todos os rumores de reforma administrativa, o petebista era sempre um dos primeiros a ter o nome apontado para deixar o cargo.

A candidatura de Jovair à prefeitura de Goiânia também deixou marcas na relação. O petebista jogou pesado para ser o escolhido, sempre alegando ter sido um dos primeiros a defender Marconi para o governo em 2010. Mesmo como candidato único do grupo, o deputado federal teve menos de 100 mil votos, o que teria desagrado Perillo.

Tudo isso deixou a relação estremecida. Prova disso é que, nos bastidores, circula a informação de que Jovair tem conversas adiantadas com o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), que é apontado como um dos pré-candidatos da oposição ao governo. O próprio petebista já admitiu que, se Marconi não for o candidato, o PTB poderá apoiar uma hipotética candidatura do petista. As ameaças de Jovair, porém, não assustam os governistas. Nos bastidores, a grande maioria crê que o deputado, no final, ficará com a base aliada, como sempre fez.

Relação com AL segue estremecida
A pressão para que os aliados defendam a gestão do governador Marconi Perillo (PSDB) terá dificuldades para ser concretizada na Assembleia Le¬gislativa. Turbulenta desde o início do atual mandato do tucano, a relação com os parlamentares sofreu mais um golpe nas últimas semanas, quando veio do Palácio das Esme-raldas a decisão de cancelar emendas parlamentares para a realização de shows.

A decisão atinge os deputados, principalmente os governistas, que tinham as emendas como um instrumento para fortalecer prefeituras das respectivas bases eleitorais. A situação, porém, vai muito além. Um argumento muito usado entre os aliados do governador na Assembleia é o de que eles fazem o “trabalho sujo” de aprovar projetos polêmicos e que geram desgaste, mas, em troca, não conseguem muito do governo.

O exemplo mais atual de projeto polêmico é o da data-base dos servidores públicos estaduais. Alegan¬do dificuldades financeiras, o Estado quer parcelar em quatro anos o reajuste, o que gera muitos protestos do funcionalismo. Há duas semanas, por exemplo, houve protestos na Asse¬mbleia. Escalado para de¬fender a proposta governamental, o deputado Júlio da Retífica (PSDB) foi insistentemente vaiado pelos servidores presentes.

Nesse sentido, por exemplo, os deputados viam nas emendas parlamentares uma das únicas formas de levar benefícios para as respectivas bases e atenuar os desgastes em relação à aprovação de matérias impopulares. Até por isso, os gastos da administração estadual em shows e eventos já ultrapassam R$ 50 milhões desde o início do atual mandato.

Em 2013, por exemplo, de janeiro a agosto, foram gastos R$ 32 milhões, segundo levantamento feito pelo jornal O Popular. Em 2012, foram R$ 13,5 milhões, e, em 2011, R$ 7,5 milhões, ainda segundo a publicação.

Outro ponto que provoca desgaste com o governo é o tratamento dispensado por alguns auxiliares de Marconi Perillo aos deputados da base. As reclamações são antigas, mas ainda rendem muita irritação nos parlamentares, que questionam as dificuldades de acesso a alguns dos secretários.

Além disso, os deputados reclamam também da atuação de secretários que tem pretensão eleitoral em 2014. A principal crítica é que há uma “perseguição” de bases eleitorais pelos auxiliares, especialmente os que irão disputar eleição pela primeira vez. Por causa disso, dentro da Assembleia, há um movimento que defende a saída dos secretários já em outubro desse ano. (D.G.)

 

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