Reforma administrativa deve ocorrer em dezembro
Murillo Soares – Estagiário do Convênio Tribuna do Planalto/UFG
A tão esperada reforma administrativa do governo estadual ainda não tem data para ocorrer. Nos bastidores, porém, auxiliares acreditam que o governador Marconi Perillo (PSDB) mexerá as peças de seu governo em dezembro. Dentro da máquina do Estado, os possíveis nomes que vão concorrer a cargos em 2014 já começam a se preparar desde agora para deixar a máquina estadual. A reforma, porém, deve ir além.
A reforma não deve abranger apenas os pré-candidatos a cargos públicos no ano que vem. Além deles, todos os que não estão produzindo de acordo com a avaliação do governador também deixarão seus cargos. O objetivo é dar à máquina estadual um novo ar político-administrativo para adentrar o ano eleitoral com o pé direito.
Dezembro é visto como a melhor data para a troca de pessoas, pois é quando completa exatamente três anos de trabalho. Além disso, até lá, já haverá uma maior definição sobre o projeto político do governador. Dessa forma, a reforma vai se adequar melhor à estratégia eleitoral de Marconi e de toda a sua base política. “A reforma já deveria ter sido feita. Já que até agora não ocorreram as mudanças, o melhor é deixar para dezembro”, diz um aliado do governo.
O temor de se realizar uma reforma neste momento, sem a definição do futuro político-eleitoral do grupo do governador, é que a mesma pode criar arestas entre os aliados e, até mesmo, inviabilizar alianças para 2014. Um exemplo é as declarações do deputado Jovair Arantes (PTB), que há algumas semanas disse que se Marconi não for candidato o processo estará “zerado” e que seu partido poderá, inclusive, caminhar com o PT.
A reforma, mesmo em dezembro, não deve agradar também os secretários, já que, saindo por agora, eles não colheriam os frutos que plantaram durante o tempo em que exerceram a função. Grande parte das obras do governo está prevista para o ano que vem, quando os secretários-candidatos já estão longe do governo. “Se fosse pelos secretários, eles não sairiam nunca. Disputariam as eleições no cargo”, brinca um aliado.
Publicamente, no entanto, os pré-candidatos que possuem cargos no governo dizem não terem problemas para entregar seus cargos. “Eu não tenho essa vaidade toda”, salienta Henrique Arantes (PTB), secretário de Cidadania e Trabalho. Célio Silveira (PSDB), presidente da Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel), complementou, dizendo que o importante não é colher frutos para si, mas para o Estado todo. “Temos que sempre pensar no bem da máquina toda”, conta.
Segundo Silveira, bons secretários geram um bom governo e vice-versa. “O que é importante é colher frutos para o Estado”, continua. Joaquim de Castro (PSD), secretário de Articulação Institucional, reforça a ideia de que o ideal é focar em fortacer o governo, não a si mesmo.
Conformidade
Pensando no bem geral do Estado, os secretários afirmam se conformar com a data que Marconi Perillo escolher para a reforma, independente dos projetos de suas reespectivas pastas. “O que o governador achar que é melhor, nós acataremos”, disse Célio. “Ele sabe o que é melhor para o Estado”, completa Henrique. Eles mostram confiar plenamente nos planos que o chefe do executivo estadual tem para as eleições de 2014.
De acordo com eles, quem sai e quem não sai da máquina estadual é de deliberação exclusiva do governador. “Quem ele quiser trocar, ele troca. Ele está onde está para isso”, disse Henrique Arantes. O secretário Marcos Abrão, da Agência Goiana de Habitação (Agehab), vai mais além. “Algo importante a ser pontuado é que se for uma determinação, deve-se cumpri-la”, disse.
Ele explica que, quando chegar a hora de os candidatos se retirarem, eles devem avaliar se conseguirão manter uma candidatura. Doutor Joaquim completa essa ideia, dizendo que os candidatos devem montar sua articulação, buscando o apoio necessário para que consigam ser candidatos no ano que vem.
Concorrência
Uma quantidade razoável de secretários e superintendentes devem sair da máquina estadual para que possam concorrer a cargos nas eleições de 2014. Todos esses candidatos da base aliada podem gerar muita concorrência e assustar um pouco os possíveis candidatos da base aliada. Marcos Abrão afirma ser muito cedo para se afirmar qualquer coisa sobre o possível quadro político do ano que vem. “As coisas ainda não estão bem definidas”, analisa.
Ao contrário dele, Doutor Joaquim diz que a concorrência é natural de toda eleição e que as chances estão bem proporcionais. Para ele, o que faz diferença são as táticas e estratégias de cada um: “cada um usa as armas que tem”.