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| Em 3 anos atrás

“Gostaria que estivéssemos juntos”, afirma Rogério Cruz sobre o MDB de Daniel Vilela

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Engrenando a marcha na condução do Paço Municipal em Goiânia, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) teve um primeiro quadrimestre à frente de sua gestão um tanto conturbada. Com pouco mais de dois meses tocando o Poder Executivo da capital, viu uma crise com o MDB do prefeito em memória, Maguito Vilela, e do filho, o presidente estadual emedebista, Daniel Vilela culminar na debandada do grupo de seu secretariado. Foram quatorze de uma só vez. “Eu gostaria de estar com eles. Trabalhamos juntos, formatamos juntos a chapa e o plano de governo”, confessa o republicano em entrevista ao Diário de Goiás concedida na última sexta-feira (23/07) e que está sendo publicada em sua segunda parte nesta segunda (26/07). 

Sob controle na gestão, Rogério Cruz enxerga dias melhores na condução da Prefeitura de Goiânia e as crises por seu retrovisor. “Andamos e sofremos juntos, apanhamos juntos e nada mais justo de estarmos vencendo juntos hoje”, pondera sobre a aliança findada. Ele nega que tenha, junto com seu partido, o Republicanos, expulsado o MDB do Paço Municipal. “Apesar de muitos dizerem que eu que exonerei, não, eu recebi a lista de 14 [secretários] pedindo exoneração”, rememora.

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O republicano relembra que a única exoneração feita por ele foi a do então secretário de Governo, Andrey Azeredo mas contemporiza: fazia parte de um acordo que levaria o ex-presidente da Câmara dos Vereadores de Goiânia a um cargo no Governo Federal. “Mas logo em seguida, houve essa questão entre eles e decidiram… Os quatorze enviaram uma carta pedindo exoneração”, pontua. “Simplesmente, não fui eu quem os exonerei. Gostaria que estivéssemos juntos”.

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O republicano finaliza ponderando que ficaria contente em colher os frutos da gestão junto com o grupo de Daniel Vilela, mas com o que aconteceu, fica feliz em ver quem está com ele dedicado à frente da administração. “Gostaria que estivessemos juntos, em paz hoje, plantando os nossos projetos para que pudessemos colher juntos diante de tantas lutas e dificuldades que passamos juntos na nossa campanha com aquilo que sofremos e todos acompanharam. Mas infelizmente, aconteceu e estamos aqui hoje, na mesma força de sempre, para mim, não custa continuar plantando com gente que está comigo”.

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Rogério Cruz concede entrevista exclusiva ao Diário de Goiás. (Foto: Fernando Leite/Prefeitura de Goiânia)


Re-aproximação futura com o MDB?

O rompimento com o MDB foi parcial: apenas com o grupo de Daniel Vilela, garante Cruz. Até porque, há membros da legenda no Paço Municipal e os vereadores do partido na Câmara Municipal fazem parte da base de sustentação do governo. “Quem ficou, estamos juntos. Trabalhando juntos sem nenhum problema. Estamos trabalhando juntos com os seis vereadores da Câmara [do MDB]. Temos seis vereadores suplentes [emedebistas] que estão trabalhando aqui comigo. Temos o Tiãozinho Porto, que é secretário-extraordinário, temos o Carlin Café, responsável pela regularização fundiária, temos o Michel Magul, que é um extraordinário jovem do MDB, hoje é secretário executivo tanto do Secretário de Governo como também da Seplan, de tão bom que o rapaz é”, pontua.

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Cruz no entanto, não descarta uma reaproximação com o grupo de Daniel no futuro. Seu partido, o Republicanos, têm mantido um diálogo próximo com o governador Ronaldo Caiado e flerta o apoio do democrata para a candidatura de João Campos no Senado, já os prefeitos do MDB pedem Daniel Vilela como vice-governador numa aliança com o DEM. 

Se este cenário de fato acontecer, Republicanos, de Rogério Cruz e o MDB, de Vilela estarão novamente de mãos dadas com aproximadamente um ano após as fissuras terem sido escancaradas. “Política é política. Acho que política todos tem condições de trabalhar juntos se for em prol da população. Se for em prol da cidade, da população, do estado eu concordo em estarmos juntos. Eu não concordo é com dividir os pensamentos e projetos em que amanhã todos perdem”, avalia o prefeito. 

Pela população de Goiás, vale a pena passar adiante de possíveis contendas. “Se for para fazer a política acontecer para o povo, então eu concordo e não importa quem seja. Se tiver que estar unidos para a cidade de Goiânia em prol do estado de Goiás que é o povo, então estamos juntos”, apazigua.

Sobre a candidatura de João Campos ao Senado, o “martelo está batido”, sacramenta Cruz. “O João Campos é o candidato ao Senado. Já temos uma conversa bem encaminhada [com o governador Ronaldo Caiado] inclusive estamos com um bom relacionamento. Prefeitura municipal, governo do estado, estamos muito bem alinhados, trabalhando em conjunto para que tudo se dê bem e prospere em prol da cidade e no caso dele em prol do estado. Repito: se for em prol do povo, estou junto”, conclui.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.