Após uma forte onda de calor e baixa umidade do ar em Goiás, uma nova frente fria começa a romper a massa de ar seco e quente que segue estacionada sobre todo o Centro-Oeste brasileiro e que impede a formação de nuvens e precipitações em Goiás. De acordo com informações do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), nesta semana já podem ocorrer chuvas isoladas em algumas regiões do Estado.
O gerente do Cimehgo, André Amorim, afirma que “estamos na reta final do inverno e com a chegada da primavera, no próximo dia 22, às 22h04, os prognósticos apontam para a formação de uma nova frente fria vinda do Sul do País e que vai se deslocar pela região Sudeste. Ao se conectar com a umidade vinda da região Norte, deve formar um corredor de umidade que trará para o Estado de Goiás áreas de instabilidade”, relata o gerente.
Contudo, a Semad esclarece que nesse momento as precipitações devem ocorrer em menor quantidade. A expectativa é que comecem na próxima quarta-feira (21/09). No cenário atual, para que haja precipitações é preciso que esta frente fria tenha força suficiente para quebrar a massa de ar seco e quente que cobre o Estado há mais de quatro meses.
A previsão do Cimehgo aponta os maiores acúmulos na parte Centro-Sul de Goiás, com a possibilidade de até 20 milímetros em algumas cidades. Já no Norte goiano, onde a população sofre com incêndios florestais, clima seco e altas temperaturas, a situação só deve melhorar, de fato, na segunda quinzena do mês de outubro.
Ainda de acordo com informações do Cimehgo, a seca severa que assola toda a região Centro-Oeste é consequência da La Niña, fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal nas águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial e que concentra os maiores volumes de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do País, com maior concentração no leste da Amazônia. Com isso, já são quase 130 dias sem ocorrência de chuvas na Grande Goiânia.
Como os estudos elaborados pelo Cimehgo datam a segunda quinzena de outubro para a ocorrência de chuvas em maior quantidade e frequência, a Semad alerta para que a população continue fazendo a sua parte quanto ao uso consciente da água e a proibição de uso de fogo na vegetação. Além dos impactos gerados pelas mudanças climáticas quanto à saúde humana, a grande preocupação é o risco de incêndios florestais.
Como explica André Amorim, nesta época do ano a vegetação do bioma Cerrado funciona como excelente combustível. Clima seco, altas temperaturas e baixa umidade geram um risco alto da ocorrência de focos de queimadas. Além das brigadas contratadas pela Semad, o trabalho preventivo tem início em janeiro, para que os incêndios atinjam menores proporções e não devastem o Cerrado goiano. Em 2021, por exemplo, houve redução de mais de 80% dos incêndios florestais em parques sob a gestão do Estado.