No ano de 2023, Goiás registrou 10,4 mil testes de diagnóstico para tuberculose, com a detecção da doença ampliada por meio do Teste Rápido para Tuberculose (TRM-TB) realizado pelo Laboratório Estadual de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO), que analisa as amostras enviadas por 243 municípios. Além disso, o diagnóstico pode ser feito no Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad (HDT) e pelas prefeituras de Goiânia, Rio Verde e Aparecida de Goiânia. Em 2023, foram confirmados 1.012 casos da doença.
As prefeituras recém insumos do Lacen-GO, além de a Secretaria de Estado de Saúde (SES) oferecer os kis necessários para a realização do teste rápido para detectar tuberculose na urina de pacientes que vivem com HIV para as secretarias municipais. Do total de testes moleculares realizados, 4.541 foram analisadas no Lacen-GO, 4.577 nos municípios que realizam produção própria e 1.345 no HDT.
Os avanços foram apresentados na Reunião de Monitoramento das Ações do Programa de Controle da Tuberculose, da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa). A doença ainda é um grande desafio e, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o primeiro país das Américas em número de casos, com 33,4%.
Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde em substituição, Cristina Laval, os indicadores norteiam quais medidas devem ser tomadas. “E a grande preocupação nossa, é claro, é melhorar, fazer com que o serviço esteja mais acessível para essa população com tuberculose, que é muito vulnerável, para que tenhamos políticas públicas que cheguem até essas pessoas, melhorando a detecção, o diagnóstico, e também diminuindo a taxa de abandono”, afirma.
Descontinuidade
Entretanto, o coordenador do Programa Estadual de Controle da Tuberculose e Microbactérias não Tuberculosos da SES, Emílio Alves Miranda, o problema é a descontinuidade do tratamento pelos pacientes. “Dados preliminares mostram que nós curamos, até o momento, apenas 60% dos casos novos. Infelizmente, o tratamento ainda dura no mínimo seis meses. Então o paciente geralmente desiste durante esse período, porque ele tem melhora e acha que já está curado”, diz.
Um outro problema apontado pelo coordenador é a expansão do tratamento preventivo da tuberculose em pessoas infectadas e não doentes, com objetivo de evitar o adoecimento.