Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas Gerais, respectivamente com 22,6%, 20,9%, 20,2% e 20,1%, são os estados onde mais pessoas moram sozinhas no Brasil. Os dados fazem parte de uma edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A pesquisa trouxe um dado que chama a atenção: a proporção de brasileiros que moram sozinhos saltou 52% no intervalo de 12 anos.
A PNAD revelou que, em 2024, eram 77,3 milhões de lares, sendo 14,4 milhões com apenas uma pessoa. Já em 2012, o Brasil tinha 61,2 milhões de endereços, sendo que aqueles onde morava apenas uma pessoa, eram a metade do encontrado na pesquisa de 2024: 7,5 milhões.
William Kratochwill, analista da pesquisa, explica que o crescimento de residências com apenas um morador está associado ao envelhecimento da população. A Pnad revelou que a parcela de pessoas com 65 anos ou mais de idade passou de 7,7% para 11,2% em 12 anos.
Quarenta por cento das unidades unipessoais [com um único morador] no Brasil são ocupadas por pessoas de 60 anos ou mais” – William Kratochwill
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Segundo o analista, o grupo é caracterizado por pessoas que ficaram viúvas, ou que viviam com família, mas quando os filhos formam suas próprias famílias, fazem com que eles “vão ficando cada vez mais sozinhos no sentido de residência”, observa.
Migração para trabalho
O pesquisador do IBGE assinala que o mercado de trabalho também é um indutor para aumento de lares unipessoais.
“Nos grandes centros é mais comum as pessoas migrarem para trabalho, primeiro vão sozinhas para se estabelecer em um novo emprego”, diz.
PNAD mostra onde a proporção de residências com apenas um morador supera 20%:
- Rio de Janeiro: 22,6%
- Rio Grande do Sul: 20,9%
- Goiás: 20,2%
- Minas Gerais: 20,1%
No oposto, quatro estados do Norte e o Maranhão ficam abaixo de 14%:
- Roraima: 14,7%
- Pará: 14,6%
- Amazonas: 14,1%
- Amapá: 13,6%
- Maranhão: 13,5%
Maioria morando sozinha é de homens
Entre os 14,4 milhões de pessoas que moravam sozinhas em 2024, a maioria era homem (55,1%); e 44,9%, mulheres.
Entre os homens, a maior parte (57,2%) fica na faixa etária de 30 a 59 anos. “Pode ser também a história da pessoa que se separa, e os filhos ficam normalmente com a mulher”, acredita. “Aqueles que arrumam uma nova ocupação no outro estado e vão primeiro se estabilizar para, quem sabe, depois levar a família, ou algo que seja considerado temporário de um ano ou dois anos”, complementa.
Entre as mulheres que moram sozinhas, a faixa etária predominante é a de mais de 60 anos, que abrange 55,5% desse universo feminino.
Núcleo com casais caiu
A Pnad identificou que os demais agrupamentos familiares perderam participação no perfil dos domicílios brasileiros.
O de maior expressão é o nuclear, formado pelo casal, com ou sem filhos (inclusive adotivos e de criação) ou enteados. O grupo inclui também as unidades domésticas monoparentais (pai ou mãe e filho). Em 2012, eram 68,4%; em 2024, 65,7%.
Também perderam espaço as composições estendidas (de 17,9% para 14,5%) e compostas (de 1,6% para 1,2%).
As estendidas são constituídas por uma pessoa responsável e pelo menos um parente, que não configure o modelo nuclear. Compostas são aquelas que possuem também uma pessoa sem parentesco, podendo ser agregado, pensionista, convivente ou empregado doméstico, segundo classifica o IBGE.
Perfil dos lares
A edição anual da pesquisa identificou que o país tinha 211,9 milhões de habitantes em 2024. As mulheres eram pouco mais da metade (51,2%), o que representa haver 95,2 homens para cada 100 mulheres no Brasil.
Conforme tendência adiantada pelo Censo 2022, os pardos superaram os brancos, alcançando 46,1% da população. Se declararam brancos 42,1% e pretos, 10,7%.
Quase metade (42%) dos moradores do país vivia na Região Sudeste em 2024. São Paulo é o estado com maior número de moradores, quase 46 milhões de habitantes, o que representa 22% da população do país.
(Com informações da Agência Brasil)
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