O Estado de Goiás apareceu no pódio dos três estados com mais pessoas em condições de trabalhos ilegais no Brasil. Atrás de Minas Gerais e São Paulo, que tem, respectivamente 1.349 e 673 trabalhadores na situação, Goiás fica em terceiro, com 613.
Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que, nesta sexta-feira (5), divulgou e incluiu 248 pessoas físicas e jurídicas na lista suja do trabalho escravo. De acordo com uma reportagem da Folha de S.Paulo, essa é a maior atualização desde a criação do instrumento.
Ainda de acordo com a Folha, a lista que tem 654 pessoas físicas e empresas, empregaram, juntas, mais de cinco mil pessoas em condições análogas à escravidão.
Outro recorde dos dados mostra que a maior causa de inclusão de empregadores em condições de trabalho ilegais na lista está na imposição de condições análogas a escravidão em serviços domésticos. São 75 casos, dos quais, 42 incluídos hoje.
A atividade está em primeiro lugar porque o agronegócio é dividido em diversos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas), critério utilizado na lista suja para a separações por setores. Mesmo assim, o agro ocupa as posições seguintes no ranking até a quarta colocação.
Em segundo lugar aparece o de criação de bovinos para corte, com 69 empregadores flagrados com trabalhadores em condições análogas à escravidão e, em terceiro, vem a produção de carvão vegetal e o cultivo de café, cada um com 58 pessoas físicas ou jurídicas na lista.
Vale ressaltar que não é primeira vez que Goiás aparece em rankings envolvendo trabalho análogo à escravidão. Em 2022, o Estado ficou em segundo com o maior número de pessoas resgatadas com 267 resgates, um aumento de 12% em comparação com 2021, conforme dados do Ministério Público do Trabalho (MPT). O estado ficou atrás apenas de Minas Gerais, que lidera o ranking, com 1.012 trabalhadores resgatados.