A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) concluiu, nesta segunda-feira (2), a instalação de 13 Gabinetes de Crise para acompanhar os atendimentos nas unidades de saúde municipais de Goiânia. A ação é resultado a parceria e operação conjunta com a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), que já conseguiu reduzir a fila de espera por leitos de internação na capital, que atualmente enfrenta uma crise na saúde.
O objetivo dos gabinetes é qualificar a gestão dos leitos de internação do Sistema Único de Saúde, principalmente de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Além do gabinete do Cais Urias Magalhães, na sexta-feira (29), foram instaladas equipes nos Cais Chácara do Governador, Vila Nova, Parque Amendoeiras, Jardim Novo Mundo, Campinas, Finsocial, Cândida de Moraes, Bairro Goiá; Ciams Urias Magalhães e Novo Horizonte; UPAs Jardim América e Jardim Itaipu, totalizando 13 unidades.
De acordo com o subsecretário de Políticas e Ações em Saúde, Luciano de Moura Carvalho, a iniciativa já resultou na redução da fila de espera por leitos na capital. Segundo o subsecretário, a média de pacientes aguardando enfermaria, em Goiânia, caiu de 150 para 60 pacientes. “Houve momentos em que não houve paciente aguardando por UTI”, acrescentou Luciano de Moura.
Conforme a secretaria municipal de Saúde, Cynara Mathias, o gabinete de crise, em cada uma das unidades de urgência e emergência, “permite com que os técnicos das duas pastas, médicos responsáveis pela assistência médica (RTs) e gestores das unidades se debrucem sobre a realidade de cada local, identifiquem os problemas que precisam ser resolvidos e garantam a assistência de qualidade ao paciente”.
Luciano pontua que a força-tarefa em colaboração entre a saúde municipal e estadual atende uma demanda não somente de Goiânia, mas também de cidades da região Metropolitana. “Sabemos que o paciente do interior também acessa os leitos da capital, daí a importância dessa força-tarefa, dessa união de esforços entre SES e SMS de Goiânia, com participação também do Ministério Público, do Corpo de Bombeiros, para que se encontrem soluções rápidas, imediatas, para essa crise”, defendeu.
O subsecretário detalhou que, inicialmente, a prioridade é atender as demandas de modo que os pacientes não tenham que aguardar mais de um dia por um leito.“Nosso objetivo é não perder vidas, com acesso rápido aos leitos de UTI e de enfermaria. A meta é não ter pacientes aguardando por mais de 24h uma vaga de UTI ou de enfermaria nessas unidades”, afirmou.
Os gabinetes de crise de agora são inspirados nos Gabinetes de Crise contra a Dengue, instalados em 200 municípios, no início de 2024. A SES-GO criou estrutura semelhante para gerar dados necessários à eficiente gestão do acesso aos leitos de internação. Isso é feito por meio de painel com dados das unidades municipais.
Os painéis são atualizados com o número de pacientes atendidos e aguardando enfermaria e UTI, escala médica e enfermagem, número de altas e óbitos, recursos humanos, entre outros. Tais dados sãos repassados ao nível central, para tomada de decisões rápidas e descentralizadas.
A Secretaria Estadual da Saúde atua também na abertura de outros 40 novos leitos de UTI. A mobilização garantiu à Goiânia 20 leitos já disponibilizados pelo Hospital Ruy Azeredo, o Hospital das Clínicas (HC) contribuiu com seis vagas, e espera abrir mais quatro, enquanto a Santa Casa de Misericórdia disponibilizará outros dez leitos.
Além da falta de leitos, a Saúde da capital enfrenta a falta de medicamentos, de insumos e déficit de profissionais. No último domingo (1º), o gabinete de crise, com respaldo do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), e da Procuradoria Geral do Município (PGM), conseguiu fazer uma compra emergencial de medicações.
A secretária de Saúde de Goiânia, pontua que nesta segunda (2), medicamentos injetáveis que estavam em falta começaram a chegar. “Também estamos fazendo outras duas compras emergenciais, com processos que tramitam em no máximo 30 dias, para aquisição de medicamentos e insumos para todas as unidades”, destacou Cynara Mathias.
A SMS esclarece que a diferença entre a compra emergencial verbal e a compra emergencial regular reside no prazo para a aquisição dos produtos. A primeira é realizada de forma imediata, os medicamentos e insumos chegam ainda esta semana, enquanto o processo da segunda transcorre em aproximadamente 30 dias, fato indispensável diante da situação de crise em Goiânia.