05 de dezembro de 2025
Saúde Pública

Fundahc diz que continua à frente das maternidades de Goiânia até cumprimento de trâmites legais

Fundahc afirma que rescisão unilateral dos convênios depende da instauração de processo administrativo específico, devidamente fundamentado
Fundação esclareceu que publicação da portaria não implica a rescisão automática dos convênios atualmente vigentes. Foto: Divulgação.
Fundação esclareceu que publicação da portaria não implica a rescisão automática dos convênios atualmente vigentes. Foto: Divulgação.

A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) afirmou, em comunicado oficial divulgado nesta sexta-feira (25), que permanece responsável pela gestão das maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara, em Goiânia, até que todos os trâmites legais sejam cumpridos. A manifestação ocorre após a publicação da Portaria nº 212/2025 pela Secretaria Municipal de Saúde, que institui uma Comissão Especial de Transição para repassar a administração das três unidades a organizações sociais (OSs).

A troca de gestão foi confirmada nesta semana pelo prefeito Sandro Mabel (UB), que anunciou a escolha de três OSs distintas para assumir o comando das principais maternidades da rede municipal nos próximos três meses. Os nomes das entidades ainda não foram divulgados oficialmente, mas a expectativa é que isso ocorra nas próximas semanas, segundo apuração do jornal O Popular.

No comunicado, a Fundahc afirma que não houve, até o momento, rescisão formal dos convênios atualmente em vigor e que a mera publicação da portaria de transição não implica encerramento automático dos contratos firmados com a Secretaria de Saúde e a Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Conforme previsto nos próprios termos contratuais e na Lei Federal nº 14.133/2021, os convênios só podem ser rescindidos mediante notificação formal à Fundahc e à UFG, com prazo mínimo de 30 ou 90 dias, além da garantia do contraditório e ampla defesa”, destaca o texto assinado pela Diretoria Executiva da fundação.

A entidade reforça que a eventual rescisão precisa ser devidamente fundamentada em processo administrativo específico, com garantia da continuidade dos serviços prestados à população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), além do respeito institucional às partes envolvidas.

Conflitos e cortes de orçamento

A decisão da Prefeitura de Goiânia de substituir a Fundahc se dá em meio a um ambiente de crescente desgaste na relação entre as duas instituições. Nos últimos meses, a gestão municipal apontou falhas na prestação de serviços e promoveu cortes orçamentários que impactaram diretamente a operação das maternidades. A fundação, por sua vez, tem defendido sua atuação, citando limitações de repasses e ressaltando a vinculação das unidades a projetos de ensino, pesquisa e extensão da UFG.

Apesar da pressão política e administrativa pela mudança, a Fundahc afirma que seguirá acompanhando os desdobramentos “com responsabilidade institucional e respeito às decisões administrativas”, mantendo a sociedade informada. A entidade também reafirma seu compromisso com a legalidade e com a qualidade dos serviços prestados nas três maternidades:

A Fundahc reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e a prestação de serviços de qualidade à população usuária do SUS, bem como com as atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Goiás.


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