Wandell Seixas/Especial para o DG
O campo e as necessidades dos produtores rurais em ter avanços tecnológicos e digitais foram os temas abordados durante o Fórum Inovação, realizado pela Abag – Agência Brasileira do Agronegócio e pelo jornal O Estado de S. Paulo, na Agrishow 2019 – 26ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação, em Ribeirão Preto.
Caroline Capitani, diretora de Design Digital e Inovação da Ilegra, com sede em Porto Alegre e com atuações em outros países, abordou o tema “Transformação digital no campo: quem planta colhe inovação”. Abordou as tecnologias emergentes e a tomada de decisões a partir da internet e das startups surgidas nos últimos anos. “Podemos trazer inovações e novas tecnologias para administrações de propriedades rurais, pois o agro precisa melhorar a eficiência e a produtividade e diminuir as perdas no campo”, disse Caroline. Segundo ela, o produtor rural ainda precisa “ser estudado”, para que se tenha uma solução tecnológica adequada à sua real necessidade.
O tema “Blockchain no agronegócio: como a tecnologia de criptomoedas está revolucionando a indústria do agro” foi tratado por Eduardo Figueiredo, da Inter Chains. Segundo ele, as tecnologias estão sendo usadas para regulamentar o crescimento do agro por meio de contratos digitais (blockchains), um certificado digital para registrar o que é importante, como transações comerciais, contratos com padrões de entrega de produtos, logística e pontualidade, entre outros. “Isso evita excesso de papel e compartilha as informações com todos os envolvidos, descentralizando-as”, comentou.
“Agricultura digital e o impacto na cadeia de alimentos” foi a temática do diretor da Agrosmart, Guilherme Raucci. A empresa gera dados em tempo real sobre o ambiente da fazenda, com sensores de solo, de clima e transmite essas informações. A partir daí, são feitas recomendações, como irrigação, e até indicações de possíveis atuações contra pragas ou doenças. Raucci disse que o agro precisa ser mais colaborativo, ter mais entendimento, uma integração entre produtores rurais, empresas de máquinas e equipamentos e entre startups que atuam em diferentes frentes.
Já Marco Aurélio Milan, especialista em produtos da New Holland, palestrou sobre“Conectividade no campo”. Para ele, a ausência dessa conectividade, que deve ser aberta, simples e acessível, é um problema, causando bloqueio do produtor rural ao acesso de tecnologias. “Nem 10% do campo brasileiro é coberto hoje, mas com a promoção do Conecta Agro, poderemos chegar a 5 milhões de hectares conectados ainda em 2019”, informou ele.
Marco Aurélio Chaves, fundador da Alluagro, fechou o Fórum Inovação tratando do tema“O futuro já é passado no agronegócio”. “Conectamos prestadores de serviços do Brasil todo, uma espécie de Uber do campo, facilitando a vida de quem está começando a terceirizar e ajudando a eliminar a ociosidade de máquinas, um mercado estritamente amador ainda”, comentou Chaves, lembrando que existem grandes produtores ainda no estágio analógico. Estes, embora estejam preocupados com rentabilidade e produtividade, ainda resistem à mudança. Chaves acredita que os filhos dos produtores terão papel fundamental e devem fazer essa transição.
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