O segundo debate entre os candidatos à prefeitura de Goiânia, exibido pela Rede Fonte TV na noite de ontem, 6, demonstrou o início definitivo da campanha eleitoral. Discursos ensaiados, estratégias definidas, propostas apresentadas e redes sociais acaloradas. Quem não gostou do que viu e ouviu pode se acostumar com o direcionamento apontado, não há expectativas de grandes mudanças.
Independente das pesquisas divulgadas nas últimas semanas, os principais adversários se auto-escolheram. O eleitor assistiu um debate entre dois candidatos e cinco figurantes. Paulo Garcia (PT) e Jovair Arantes (PTB) trataram de polarizar a disputa utilizando os demais prefeitáveis como coadjuvantes dos seus próprios discursos.
Os ataques foram direcionados e o duelo Iris x Marconi voltou a vigorar. Mesmo sem a presença dos antigos rivais nesta campanha, os candidatos vestiram a camisa e partiram para o embate como representantes da velha guarda. Os escolhidos. Prontos para uma briga delicada com feridas expostas em ambos os lados.
Jovair saiu na frente nos ataques. Logo na primeira pergunta, onde deveria responder por que quer ser prefeito de Goiânia, o petebista lembrou sua experiência política e boa articulação no Congresso Nacional, principais pontos a seu favor, e atacou o prefeito petista. “Esta administração está um descaso”, disse. O petebista destaca a saúde, trânsito e transporte coletivo como prioridade, caso seja eleito.
Paulo foi mais cauteloso. Passou todo o tempo enumerando as obras que estão sendo realizadas na atual administração e relembrando o apoio de Iris Rezende (PMDB) e Dilma Rousseff (PT) em sua gestão. O principal ponto defendido pelo petista é a sustentabilidade e qualidade de vida. Segundo o prefeito é necessário dar continuidade ao seu plano de governo para efetivar a Capital como a melhor cidade para se viver.
Nas considerações finais, após a fala do adversário, Paulo Garcia atacou e lembrou o envolvimento de Jovair no escândalo Cachoeira. Em uma pré-defesa, o prefeito classificou sua postura como “séria” por ter suspendido todos os contratos com a Delta garantindo exercer uma administração imune aos respingos da contravenção. Sem réplicas e tréplicas este debate deverá continuar nos meios de comunicação.
Simeyzon Siveira (PSC) exerceu um papel considerável. Sua fala demonstrou inexperiência, mas evidenciou o verdadeiro objetivo de sua candidatura. O vereador lembrou que é o representante de uma nova força política no Estado, formada pelo deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), pelo ex-prefeito de Senador Canedo Vanderlan Cardoso, e pelo ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga. Um grupo forte que promete uma terceira via nas eleições de 2014. Simeyzon pode ser a sinalização de um projeto futuro.
Isaura Lemos (PC do B), apesar de condição favorável nas pesquisas eleitorais, não conseguiu agir de maneira significante. Amparou-se nos trabalhos na área de habitação, liderados por Euler Ivo, seu marido, e no peso político de uma chapa feminina, como proposta de mudança administrativa.
Elias Júnior (PMN), terceiro lugar na estimulada, não apresentou uma só proposta eleitoral. Repetiu um discurso baseado na participação popular sem argumentos ou soluções práticas para os problemas da cidade.
José Netho (PPL) e Rubens Donizzete (PSTU), representantes nanicos, escancararam a falta de experiência política com ideias que beiraram, em alguns momentos, a ousadia, mas sem noções de aplicação administrativa.
O professor Pantaleão (PC do B) deixou a desejar. Fez um discurso pobre, perante seu conhecimento teórico, e não soube pressionar os principais adversários desta disputa. Errou também em concordância e foi redundante em diversos momentos de sua fala. Grave, para um professor.
O saldo do segundo debate, no entanto, ainda é positivo. Os candidatos demonstraram a participação da assessoria e a movimentação de ideias nas redes sociais deixaram claro: a campanha finalmente começou.