O ministro da Justiça, Flávio Dino (PCdoB-MA), chamou neste sábado (07/01) os manifestantes bolsonaristas que pretendem ir à Brasília neste final de semana de ‘impatriotas’. Ele também disse que passou orientações ao ministro da Defesa, José Múcio Monteiro e ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sobre a eventual ‘guerra’ que os militantes tentam emplacar.
Ele também mencionou que conversou com diretores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para definir ‘providências’ em casos de atos antidemocráticos que possam configurar ‘crimes federais’. Veja a sequência das publicações:
Bolsonaristas organizam atos em Brasília para ‘levante dos manés’
Extremistas que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometem ir à Brasília neste final de semana em mais um ato que contesta o resultado das eleições de outubro. Nos grupos bolsonaristas de aplicativos como WhatsApp e Telegram fala-se em ‘tomada de poder’ pelo povo entre os dias 7 e 8 de janeiro, no Congresso Nacional.
Outro card compartilhado nos grupos convocava os bolsonaristas para o “Levante dos Manés” que começaria neste sábado (7) e não teria ‘data para terminar’. A mensagem fazia referência a frase que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso disse a um manifestante quando esteve em Nova Iorque.
Nos grupos de Whatsapp de Goiânia, já há a movimentação para a ida a Brasília, no sentido de organizar caronas em carros particulares e até vans. Eles também tentam conquistar a adesão dos caminhoneiros para dar força aos atos.
O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac-GO), Vantuir Rodrigues, ao Diário de Goiás disse que não há motivos para caminhoneiros autônomos participarem de atos. “Os caminhoneiros que por ventura estejam participando estão à serviço de produtores do agro que não estão satisfeitos com o resultado das eleições”, explicou.
Ele disse que assim como outras lideranças de caminhoneiros, ele esteve em Brasília, durante os trabalhos de transição recebido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e por Aloizio Mercadante apresentando demandas que já haviam sido solicitadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Queremos a revisão da tabela do frete e melhores condições para renovação da nossa frota. Acesso a crédito que as empresas têm, por exemplo. Fomos bem recebidos e o diálogo até o momento tem sido melhor do que a gestão anterior”, destaca Vantuir.
Rodrigues explica que como em qualquer outro setor há muitos bolsonaristas entre os caminhoneiros. “É claro que existem pessoas que apoiam o ex-presidente. Eu diria que não chega a 30%”, pontuou. “Mas os que ficam nesse discurso golpista não são autônomos. São caminhoneiros ligados a empresas do agro que insistem em não aceitar o resultado das eleições. Trabalhador autônomo está na rua fazendo transporte de carga”, pontua.
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