O defensor das indústrias em Goiás, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (Republicanos), confessou que já se estranhou com o governador Ronaldo Caiado (UB) quando o assunto era o setor industrial. Apesar das discordâncias e do que chama de “coisas antagônicas”, hoje, o ex-deputado é só elogios à atuação do governador.
De acordo com Mabel, os dois chegaram a ter uma “questão política”, no entanto, com a mudança de visão no novo mandato, a situação mudou. “O governador é meu amigo pessoal de muito tempo, mas nós embicamos aí nesse governo dele, quando ele começou a atrapalhar as indústrias, eu fiquei bravo com ele, e hoje, eu tenho feito elogios a ele”, destaca.
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Na reunião entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), e lideranças dos setores produtivos do estado, que aconteceu em Goiânia, em julho deste ano, Mabel chegou a demonstrar publicamente sua satisfação em relação à forma como Caiado tem tocado as questões. Na ocasião, na presença do governador e dos líderes da indústria, o presidente da Fieg brincou que queria “dar um beijo” em Caiado. “Eu estava falando de industrialização”, revela bem humorado. Para ele, a mudança de visão do chefe do Executivo foi primordial para os bons resultados no setor industrial.
Porque hoje ele tem essa visão, antes dele acabar a campanha, como ele disse, realmente – ele disse que ia prestigiar a vinda de novas indústrias. E para isso tem que trazer novos incentivos. Você acha que alguém vem para cá, você acha que a Caoa está aqui, a Mitsubishi está aqui, o polo farmacêutico está daqui, e vieram porque acham Goiás bonito? Não, porque dão incentivo para isso e foi excelente para Goiás. Porque ele tem mudado essa visão.
Sandro Mabel
Quando o assunto é questão política, Mabel afirma que poderia sim haver um embate de opiniões com o governador, caso aceitasse a candidatura à prefeitura de Goiânia e vencesse. “Se ele está contra o que eu penso, não tem o que fazer, entende?! Se eu amanhã fosse candidato, teria que ver se contornava ele”, pondera.
Mabel declarou, inclusive, que Caiado deve muito a ele no meio político. “Conheço ele (Ronaldo Caiado) de outras épocas. Quem trouxe ele para ser senador, com o apoio do MDB junto com o Iris (Iris Rezende), fui eu. Ele ia sair sozinho, ia perder a eleição. Quando acabou a eleição ele me falou ‘olha, acho que eu teria perdido a eleição se eu tivesse saído sozinho’”, relembra Sandro.
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Apesar das divergências de pensamento, o presidente da Fieg assume que, pensando nas possibilidades, teria uma boa relação com o governador. “Sempre tive uma amizade boa com ele no Congresso e tudo mais, mas nós ficamos em coisas antagônicas quando eu defendo a indústria e ele colocou um “protege” em cima da indústria muito forte, mas hoje isso vai se alinhando, vai se trabalhando”. E finaliza: “Acho que politicamente a gente consegue construir, até porque ele precisa de um candidato, que ele tenha confiança no candidato, que possa ganhar eleição”, afirma Mabel.