12 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 12/02/2020 às 23:46

Fica 2015: “As pessoas não querem pensar”, diz Arnaldo Jabor sobre cinema brasileiro

O jornalista e cineasta Arnaldo Jabor concedeu entrevista na manhã deste sábado (15). (Foto: Flávio Isaac)
O jornalista e cineasta Arnaldo Jabor concedeu entrevista na manhã deste sábado (15). (Foto: Flávio Isaac)

Cidade de Goiás (GO) – Convidado para participar da 17ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica 2015), realizado na Cidade de Goiás, o jornalista e cineasta Arnaldo Jabor disse, em coletiva na manhã deste sábado (15), que os novos espectadores não querem assistir um filme que traga reflexão e, sim, para esquecer o mundo em que vivem.

“Hoje em dia os filmes são feitos para você não pensar. Então, hoje as pessoas vão ao cinema para esquecer o mundo, não para lembrar. Se você começar a falar do mundo lá fora, eles não se interessam. Não só porque são burros, por causa desse cinema que ficou nos últimos 20 anos sem parar, como não querem pensar, querem esquecer, só sair, comer uma pizza e dormir. Esse é um dos problemas”, afirmou.

Questionado sobre a diferença de público de festivais como o Fica e de frequentadores de cinemas convencionais, o jornalista ressaltou que, sim, é os expectadores são diferentes e que os adeptos a festivais possuem visão “artística do cinema, vão lá em busca de poesia, de arte”. “A tragédia, é que os filmes [de festivais] são bons, mas não se exibem”, disse.

Com isso, para Jabor, é criada uma “imbecilização” do cinema brasileiro tanto porque são os tipos de filmes que os brasileiros querem ver quanto pela dificuldade financeira. “Essa armadilha burocrática vai provocando filmes que fazem qualquer coisa para dar dinheiro. Tem vários filmes que, às vezes são bons, bonitos, mas não entram em cartaz. Se entra em cartaz fica duas semanas e tira para colocar “Velozes e Furiosos”.

Sobre a temática do Fica 2015, “Desperdício também mata”, Jabor comentou que este é um assunto importante para ser debatido, uma vez que precisamos conservar o planeta como uma forma de sobrevivência humana, não apenas de consciência com preservação da natureza.

“Acho essencial e maravilhosa essa iniciativa. Uma coisa é lutar por ecologia para defender o homem. É uma questão de sobrevivência humana. Não se trata da natureza, trata-se de proteger o homem”, disse.

Mostra Paralela

Dois filmes dirigidos por Arnaldo Jabor estão dentro da programação do Festival, na Mostra Paralela. Um deles, o “Tudo Bem”, foi exibido na noite desta sexta-feira (14), às 22h, no Cinemão. O filma contem 102 minutos e conta a história de um aposentado, chamado Juarez, que vive cercado pelos fantasmas dos amigos mortos.

No entanto, poucas pessoas puderam ver a comédia, que conta com a interpretação da atriz Fernanda Montenegro. Aos 15 minutos de filme, aproximadamente 10% da capacidade do Cinemão estava ocupado. Aos 50 minutos, o público foi reduzido apenas aos organizadores que monitoram o funcionamento do Cinemão.

Neste sábado (15), às 21h será exibido o drama “A Suprema Felicidade”, que conta a história de um garoto de oito anos, chamado Paulo. 

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