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Famílias de presos mortos em Roraima rechaçam ligação deles com facção

À espera de informações no IML de Boa Vista (RR), famílias das vítimas da matança de 31 presos desta sexta-feira repudiam as afirmações do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, de que a chacina foi “acerto interno” da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A declaração foi dada em Brasília pelo ministro.

“É mentira, meu marido não fazia parte de facção nenhuma. Ele nunca quis ser filiado a uma facção. Ele só queria cumprir a pena dele”, contou Fernanda, mulher do detento Márcio Marcelo, 35, que, segundo a família, seria libertado em maio após cumprir uma pena de quatro anos sob acusação de homicídio.

Mulher de outro preso, Jaime da Conceição Pereira, 45, também rechaçou que seu marido seja ligado a algum grupo criminoso que controla presídios. “Ele não era de facção nenhuma, não devia a ninguém, não tinha inimigos”, disse a vendedora Simone. Ela recebeu a informação, repassada a familiares por outros detentos, de que Pereira é um dos mortos na rebelião, mas não conseguiu confirmar a informação no IML.

A declaração das famílias é corroborada pelo secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro. Ele disse à Folha que o PCC, que comandaria 500 dos 1.500 internos da Penitenciária Agrícola Monte Cristo, não atacou uma facção rival nem seus próprios integrantes no local, mas matou aleatoriamente, como “uma política” para aumentar seu controle sobre a massa carcerária.

Na listagem de mortos divulgada pelo governo, dos 31 mortos, 16 têm acusação relativa a tráfico de drogas e outros sete por homicídio.

Por falta de estrutura do IML para receber os 31 corpos, o governo do Estado teve que alugar um caminhão frigorífico que fica estacionado nos fundos do instituto com os corpos antes de serem submetidos aos exames.

Somente nos seis primeiros dias deste ano foram registradas 93 mortes em presídios do país -AM (60), RR (31) e PB (2).

O total de mortos neste ano representa já 25% do total de mortes registradas ao longo de todo ano de 2016 (372) e colocou tanto o Executivo (governo federal e estaduais) e o Judiciário sob pressão.

Neste sábado (7), o presidente Michel Temer (PMDB) e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, se encontraram em Brasília para discutir o tema, após uma semana na qual anunciaram medidas requentadas ou protocolos de intenção para a criação de grupos de trabalho. O país tem hoje quase 650 mil presos, mas um deficit de vagas de quase 250 mil.

(FOLHA PRESS)

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Samuel Straiotto

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