Os familiares do motorista de caminhão Diego Cardoso, envolvido no acidente que resultou na morte de quatro policiais militares do Comando de Operações de Divisas (COD), no dia 24 de abril deste ano, pedem para que responda ao julgamento em liberdade. Preso há mais de 40 dias, o caminhoneiro chegou a ser transferido de unidade prisional e, desde então, só teve contato com a família via chamada de vídeo.
Ao Diário de Goiás, o irmão de Diego, Adriano Cardoso, afirmou que o motorista foi preso injustamente, e a única coisa que a família pede, nesse momento, é para que ele tenha o que é seu de direito: a liberdade. “Estamos pedindo que os desembargadores dêem a liberdade para o meu irmão, para ele responder em liberdade igual todo mundo responde”, disse.
A família alega que Diego não está recebendo o mesmo tratamento dado a outras pessoas, conforme previsto em lei, e cita como exemplo o caso do motorista da Mercedes, que atropelou e matou um vigilante em Goiânia, no dia 9 de junho. “Como um exemplo, igual o menino da Mercedes está respondendo. O desembargador não assinou para ele?! Eu quero que o desembargador assine para o meu irmão, que tenha o mesmo direito que o menino da Mercedes teve”, comparou Adriano. E acrescentou: “É acidente de trânsito igual. O menino da Mercedes estava embriagado, o meu irmão não estava. O meu irmão estava trabalhando, e ainda realizou todos os exames”, reforçou.
A defesa se respalda na legislação e afirma que neste caso não caberia prisão, visto que o motorista prestou socorro às vítimas, realizou todos os exames exigidos e ainda se apresentou para prestar depoimento. “Não existe prisão para trânsito. No artigo brasileiro de de trânsito não existe prisão sem condenação. O sistema de Goiás está segurando meu irmão”, pontuou Adriano.
Além disso, conforme a defesa e os familiares do motorista, o laudo pericial apresentado pela Polícia possui pontos contestáveis. “O relatório da perícia fala que o meu irmão estava na contramão a 120 km/h com 70 toneladas em cima. Agora, uma carroceria do caminhão, se você pegar um volume de milho de 70 toneladas, dá um volume que precisa de duas carretas e meia para carregar 70 toneladas de milho”, exemplifica Adriano que também é motorista de caminhão.
O irmão de Diego ainda afirma que ele relatou que viu a viatura pegar fogo antes de colidir com o caminhão, vindo de encontro a ele. “O meu irmão que freou, tem a primeira frenagem dentro da pista dele. Não tem nenhuma frenagem da viatura lá no asfalto”, reitera Adriano, contestando a versão apontada pela Polícia.
Entre outras alegações, a família pede que Diego possa responder em liberdade. “O meu irmão é inocente. Está pagando por uma coisa que ele não fez”, afirma Adriano. Por fim, ele acrescenta que, apesar da situação, está confiante em relação ao julgamento previsto para a próxima terça-feira (25) com os desembargadores, em Goiânia. “Acreditamos nos desembargadores, que são cinco homens de palavras, cinco homens que têm família, igual meu irmão tem família. Acho que eles não vão deixar meu irmão por lá”, finaliza.
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