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Brasil
| Em 1 ano atrás

Falta energia no depoimento do presidente da Enel, em São Paulo

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A energia caiu duas vezes antes e duas durante a sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para ouvir hoje (14) o presidente da Enel em São Paulo, Max Xavier Lins. O problema foi destaque nos sites de notícias que registraram a ironia. São Paulo sofreu vários dias sem energia elétrica após um temporal.

A CPI foi instalada em maio para apurar supostas irregularidades e práticas abusivas cometidas pela empresa no intervalo de 2018 até 2023, mas tomou força com o apagão recente.

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Antes do início da audiência no plenário José Bonifácio da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp|) a luz piscou duas vezes. Pouco antes do início do depoimento a eletricidade caiu, mas foi restabelecida. Em seguida, cerca de dez minutos depois, houve mais um pico de energia, mas de novo ela foi retomada.

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O fato foi destacado pelo presidente da CPI, deputado Thiago Auricchio (PL). Ele afirmou que a Enel “foi vítima” de si mesma.

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Constrangimento e ironia

A apresentação que o presidente da Enel tinha preparado para levar à CPI não pôde ser mostrada imediatamente como estava previsto em razão da falta de energia.

Thiago Auricchio ainda foi irônico, dizendo que uma TV da Alesp queimou durante o apagão e que poderia pedir uma indenização à Enel.

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Falha foi da Alesp

Segundo deputados, dois apagões também foram registrados na segunda (13), pouco antes do Congresso de Comissões, segundo divulgou o portal G1.

O presidente da Enel negou que as instabilidades fossem responsabilidade da Enel. “Nós comprovamos isso tecnicamente. Mantivemos contato com a área de manutenção da Alesp e confirmamos que foram oscilações provocadas por chaveamentos internos”, afirmou.

A Enel chegou a emitir uma nota sobre a oscilação, negando vínculo com sua rede de distribuição.

Desculpas

Mais uma vez o presidente da Enel pediu desculpas por 2,1 milhões de consumidores terem ficarem sem luz no início do mês.

“Nós sabemos do transtorno. A energia elétrica é um insumo essencial à sociedade e à vida moderna. Ninguém vive sem energia elétrica. Nós sabemos que ficar sem energia elétrica durante um tempo significativo representa um grande transtorno para todos”, observou.

Ele já havia sido convidado para falar à CPI, instalada em maio para apurar supostas irregularidades desde que a empresa comprou a Eletropaulo, em 2018. O apagão, no entanto, fez os membros da comissão transformarem o convite em convocação.

A Enel demorou até uma semana para religar a eletricidade em algumas regiões da capital e região metropolitana.

Em nota, a Enel afirmou que a oscilação de energia na Alesp “não tem relação com a rede de distribuição da companhia.”

Os convocados

Os presidentes da Enel São Paulo, Max Xavier, e Enel Brasil, Nicola Cotugno, já foram convocados pelos deputados para prestar esclarecimentos na CPI, mas não compareceram.  Após o temporal do início do mês, que deixou 8 mortos e milhares de pessoas sem luz por quase sete dias, os dois gestores foram novamente convocados a prestar esclarecimentos.

Max Xavier participou hoje e Cotugno será ouvido na quinta (16).

Reclamação geral

A reunião desta manhã foi marcada por inúmeras reclamações e acusações feitas pelos parlamentares e por prefeitos da Região Metropolitana, que foram convidados a participar.

Ainda segundo o G1, o prefeito de Taboão da Serra citou um conjunto habitacional, com mais de mil residências, que ficou mais de um ano sem energia, funcionando com geradores, esperando atendimento da Enel.

Mais exaltado, o deputado José Aprígio (Podemos) chegou a classificar o serviço da Enel no município de “porcaria”.

Várias investigações

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) se reuniu com o governador e o prefeito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ricardo Nunes (MDB) na semana passada. O assunto foi os problemas no fornecimento de energia.

Também o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) tem uma investigação em andamento sobre possível omissão da Enel no restabelecimento de energia para os consumidores atingidos em São Paulo.

Por fim, a Defensoria Pública também enviou um ofício à Enel pedindo esclarecimentos sobre interrupção de energia elétrica na capital paulista.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.