12 de setembro de 2024
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Extremista envolvido em atos terroristas em Brasília tem relação próxima com Mourão e Bolsonaro

Cabo Corrêa também está entre os 56 manifestantes que invadiram a Câmara dos Deputados em 16 de novembro de 2016
Cabo Corrêa se reuniu por duas vezes com Mourão e também com Bolsonaro. (Foto: Reprodução / Rede social)
Cabo Corrêa se reuniu por duas vezes com Mourão e também com Bolsonaro. (Foto: Reprodução / Rede social)

O militar da reserva Marcelo Soares Corrêa, conhecido como Cabo Corrêa, extremista que participou neste domingo (8) dos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília, mantém relação próxima do ex-vice-presidente Hamilton Mourão.

Nos últimos anos o Mourão recebeu Cabo Corrêa em pelo menos duas agendas oficiais. Além disso, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também recebeu o extremista para um café da manhã no Palácio da Alvorada, em julho de 2021.

No decorrer da gestão do ex-presidente, Cabo Corrêa participou de vários atos golpistas tanto em Brasília quanto no Rio de Janeiro. Por duas vezes Marcelo tentou se eleger deputado federal pelo RJ, nas eleições de 2018 e 2022, neste último pleito ele teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral. Inclusive, na época, Mourão fez campanha para ele. Aliás, nas eleições de 2022, o ex-presidente permitiu que Cabo Corrêa usasse seu sobrenome nas urnas, concorrendo como Cabo Corrêa Mourão.

Antes mesmo de Mourão se eleger vice-presidente, em 2018, Cabo Corrêa já espalhava outdoors com a foto de Mourão destacada, pedindo por golpe militar. Nos dois encontros que ele teve com Mourão, em 2019 e 2020, o tema das conversas não foi revelado.

Em 2021 Corrêa foi recebido pelo ex-presidente após ir do Rio de Janeiro até Brasília de bicicleta. Em seu perfil no Instagram, na ocasião, Corrêa publicou um vídeo feito já na área externa do Palácio da Alvorada, onde ele afirmava que seria recebido pelo ex-presidente para um café da manhã. Logo em seguida, postou uma foto com Bolsonaro.

Invasão à Câmara em 2016

Cabo Corrêa também está entre os 56 manifestantes que invadiram a Câmara dos Deputados em 16 de novembro de 2016. Na ocasião o deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) falava na tribuna quando foi interrompido por um grupo que adentrou o plenário com gritos por intervenção federal. Eles se denominavam “Intervencionistas” e se mobilizaram via redes sociais.

Na época os manifestantes entraram no Salão Verde como visitantes e quebraram a porta de vidro, agrediram seguranças e entraram no plenário. “Viva Sergio Moro” e “Nossa bandeira nunca será vermelha” foram alguns dos gritos proferidos.

A Polícia Federal chegou a abrir um inquérito pelo crime de dano contra o patrimônio da União, arquivado pela Justiça em janeiro de 2017. Portanto, Cabo Correa e os demais 55 invasores saíram impunes do episódio.


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