O Exército exonerou ontem (14) de postos de comando dois militares sob a mira da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal. Um deles é o tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida, que desmaiou quando os policiais federais bateram à porta dele na Vila Militar do Setor Marista, na manhã da última quinta-feira (8).
Guilherme atuava no comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército de Goiânia. O tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, comandante da 3ª Companhia de Forças Especiais de Manaus, também foi exonerado. A decisão foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (14) e assinada pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva.
Os alvos estão sendo investigados por uma tentativa de golpe de Estado. Segundo a apuração da polícia, os dois militares integravam o “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral” e trocavam mensagens com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid.
As investigações feitas pela Polícia Federal apontam uma ligação entre o tenente-coronel e Mauro Cid pelo WhatsApp. Na época ocupando o Comando de Operações Terrestres do Exército, Guilherme Marques Almeida afirma que a fraude nas eleições estaria comprovada e escreve: “Acabou para o Lula”.
Ainda segundo a PF o oficial que atuava em Goiânia se colocou à disposição para passar adiante o material com as fake news. Além disso, ainda comemorou a criação de um site em Portugal para hospedar as informações, que haviam sido retiradas do ar aqui no Brasil. “Nosso time é bom demais”, disse.
Batizada de Operação Tempus Veritatis, ou “hora da verdade”, a ação da PF iniciada na última quinta-feira (8) cumpriu medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), estão sendo cumpridas pela Polícia Federal (PF) nos seguintes estados: Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná e Goiás, além do Distrito Federal.
Segundo a PF, o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas eleições presidenciais de 2022. “De modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital”, informou a PF.