Em reportagem publicada no Jornal o Estado de São Paulo, o Conselho Nacional do Ministério Público deve julgar em fevereiro a situação do pedido feito por integrantes do MP-Go que pediram uma investigação sobre os atos de ex-senador e procurador de Justiça Demostenes Torres. “Em qualquer situação, o ca¬so dele é de demissão exemplar porque esteve associado a um grupo criminoso” destaca o promotor Robertson Alves Mesquita. Já o promotor Fernando Krebs é enfático ao afirmara que “as provas contra ele (Demostenes), obtidas pe¬la Polícia Federal na Operação Monte Cario, são robustas e a te¬se dos recursos não prosperará.”.
O Estado de S. Paulo – 03/01/2013
Rubens Santos
Órgão federal de controle do Ministério Público determinará se senador cassado vai ou não ser demitido de seu cargo de procurador em Goiás
O senador cassado Demóste¬nes Torres deverá ser julgado emfevereiro pelo Conselho Na¬cional de Ministério Público. O órgão abriu processo contra De¬móstenes, que é procurador em Goiás, por causa das suspei¬tas de seu envolvimento com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, recém condenado a quase 40 anos pela Justiça.
Integrante do Ministério Públi¬co desde 1987, ele poderá ser po¬derá ser punido com advertência, suspensão do cargo, aposentado¬ria compulsória ou demissão.
Segundo promotores e procuradores locais, a tendência atual do conselho é determinar a de¬missão de Demóstenes, que foi cassado em julho pelo Congres¬so. Depois disso, reassumiu seu cargo de procurador em Goiás.
“O Demóstenes não sofrerá outra punição senão a de demis¬são”, diz o promotor Robertson Alves Mesquita, responsável pe¬la sustentação oral do pedido de avocação do processo no conse¬lho, em 24 de outubro, em Brasí¬lia. “Em qualquer situação, o ca¬so dele é de demissão exemplar porque esteve associado a um grupo criminoso”, completa.
“Demóstenes poderá buscar recursos na via judicial para se defender”, diz o promotor Fer¬nando Krebs. “Mas não suspen¬derá a decisão do CNMP, porque as provas contra ele, obtidas pe¬la Polícia Federal na Operação Monte Cario, são robustas e a te¬se dos recursos não prosperará.” Cassado por quebra de decoro no dia 11 de julho, Demóstenes foi reintegrado ao Ministério Pú¬blico nove dias depois. No dia 27 de agosto, 82 promotores pedi¬ram o seu afastamento, e proto¬colaram pedido de Abertura-de Processo Disciplinar, em Brasí¬lia. Demóstenes foi suspenso, no dia 10 de agosto, das funções de procurador, e segue afastado do Ministério Público de Goiás em¬bora recebendo salário de R$ 24.117,62, alem dos benefícios.
Hoje, sua rotina diária é receber amigos mais próximos, acompanhar o noticiário, e definir planos futuros que incluem a volta à política, em 2027, quando expira sua inelegibilidade.
Dois amigos, no Ministério Pú- blico, afirmam que o senador cas¬sado poderá voltar a atuar como advogado em Brasília. Poderá, in¬clusive, trabalharcom seu advoga¬do de defesa, Antonio Castro de Almeida Castro, o Kakay.
O promotor Mesquita diz que a demissão de Demóstenes do Ministério Público só será concreti¬zada porque o senador cassado optou, em 1999, pelo regime da não vitaliciedade – o que abriu caminho para a demissão agora prevista. Ele tomou essa decisão porque somente assim poderia se filiar a um partido político e concorrer a cargos públicos.