A crescente no número de novos casos e óbitos por covid-19 já pode ser considerada um princípio de segunda onda da doença em Goiás, segundo o superintendente de Atenção Integral à Saúde, Sandro Rodrigues.
Em entrevista ao Diário de Goiás, Rodrigues citou que os dados já mostram que o território goiano começa a entrar num aspecto de segunda onda.
“A gente tem que levar em consideração que havia um cenário sustentado de diminuição de número de casos e número de óbitos. A gente passou, a partir da última semana de dezembro e das primeiras semanas de dezembro, aumento no número de casos e de óbitos e isso foi sustentado. Então isso já nos permite dizer que estamos num início de segunda onda”, afirmou.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-GO) tem preocupação especial com o Entorno do Distrito Federal, a região sudoeste, com Jataí e Rio Verde, e a Região Metropolitana de Goiânia. “São regiões que mostram um certo incremento com relação ao número de casos. Em municípios menores, isso tem alterado, mas é complexo de se analisar de forma isolada, pois um caso representa muito na cidade pequena. O que se tem percebido pela Secretaria Estadual de Saúde é um incremento no número geral de casos”, destacou o superintendente.
O aumento de infecções reflete também nas internações. A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na rede estadual, que chegou a ficar abaixo de 40% em determinados dias, atualmente varia entre 60% e 75%, segundo Rodrigues. Em algumas unidades, destaca o superintendente, a ocupação já fica entre 90% e 100%.
Vacinação
Rodrigues lembrou que existe a esperança do início da campanha de vacinação a partir da próxima quarta-feira (20), caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conceda autorização para uso emergencial da CoronaVac ou do imunizante de Oxford e haja doses disponíveis.
A previsão, segundo o superintendente, é que Goiás receba inicialmente um carregamento que varia entre 140 mil a 150 mil doses de vacina. O Ministério da Saúde, no entanto, ainda não definiu se a quantia destinada aos goianos será esta.
Mesmo com a iminência do início da imunização, Rodrigues lembra que o processo é lento e não vai extinguir o coronavírus rapidamente.
“Se a gente conseguisse vacinar toda a população, demoraríamos de 30 a 45 dias para ter imunidade. Vamos vacinando parcelas da população, com os grupos de risco primeiro. Isso não impede que o vírus circule. Não é que a vacina vai chegar e a gente vai resolver. A gente vai protegendo. A principal lógica é de reduzir hospitalização e óbito. A vacinação vai acontecer ao longo do tempo”, destaca.
Os riscos da segunda onda da Covid-19 em GoiásO Superintendente de Ações Básica de Saúde, Sandro Rodrigues, explica os dados da pandemia que mostram o crescimento dos casos de Covid-19 em Goiás e as causas da segunda onda no Estado
Publicado por Diário de Goiás em Sexta-feira, 15 de janeiro de 2021
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