23 de dezembro de 2024
Notícias do Estado

Estado ressalta impossibilidade de cumprir decisão do STF dentro do prazo estabelecido

Representantes dos três poderes do Estado de Goiás estiveram na noite desta última terça-feira (01/10), em Brasília, reunidos com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes para pedir prazos e apresentar alternativas para que o Estado consiga se adequar à decisão do STF que estabelece limites aos gastos correntes com despesa de pessoal até 2026. O acórdão foi publicado nesta quarta-feira (02/10). A procuradora-geral do Estado, Juliana Prudente falou com exclusividade ao Diário de Goiás sobre o documento e revelou que não esperava a medida cautelar, que suspende temporariamente a ação do Estado. “O acórdão saiu hoje (02/10) e como foi dado em medida cautelar, foi suspenso imediatamente as medidas constitucionais 54 e 55, em tese, a gente já teria que começar a se enquadrar, nas despesas de pessoal, dentro do que tá previsto na LRF”, afirmou.

A decisão suspende a eficácia de emendas à Constituição do Estado de Goiás que estabeleceram limites de gastos correntes aos poderes estaduais e aos órgãos governamentais autônomos até dezembro de 2026. “Eles deram um sede de cautelar. Não houve julgamento de mérito. Ele suspendeu imediatamente, até não era o que a gente esperava que fosse acontecer, quando a gente tinha o conhecimento da ADI, esperávamos que em sede de cautelar fosse suspenso imediatamente as emendas”, afirma Juliana.

Ela comenta que essa é uma situação incomum e atipica e daí, ressalta a necessidade de um prazo maior para se adequar e uma forma de modulação para uma regra de transição. “É atípico essa situação. A questão da modulação geralmente acontece quanto ao julgamento do mérito, mas como tivemos essa cautelar e nós temos que cumprir, nós temos essa necessidade dessa regra de transição.”

O encontro com o ministro Alexandre de Moraes, foi justamente neste sentido: promover a conscientização dos ministros com relação a realidade econômica do Estado de Goiás e tentar “sensibilizá-los”. O consenso entre os representantes dos poderes em Goiás, é que é impossível se adaptar a exigência da decisão do STF nos próximos oito meses. Juliana diz que o Estado vai entrar como parte interessada no processo, já que quem responde ao Supremo é a Assembleia Legislativa. “A gente vai apresentar os embargos de declaração como uma peça mesmo, uma informação a mais, porque pretendemos nessa peça, apresentar informações da economia em relação a impossibilidade de cumprir a decisão num prazo curto”, pontuou.

E com relação à medida cautelar, o que será feito? “Vamos pedir o efeito suspensivo dessa cautelar. O que que é a pendência? A gente apresenta os embargos de declaração, vamos fazer memoriais, visitar os ministros para expor a situação do Estado de Goiás e buscar alternativas. Esse é o caminho que vamos seguir nos próximos dias”, salienta.


Leia mais sobre: Notícias do Estado