A campanha Maio Vermelho, alusiva ao dia 31 de maio, data do Dia de Luta Contra o Câncer Bucal, acende um alerta sobre o ligeiro crescimento do câncer de boca e orofaringe no Brasil. A doença, também conhecida como câncer de lábio e cavidade oral, pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua (nas bordas, principalmente), amígdalas e a região embaixo da língua.
Segundo a cirurgiã dentista Angélica Siqueira, apesar de poder apresentar diferentes tipos de manifestação, os principais sinais são nódulos, caroços ou ínguas no pescoço, alteração na voz, manchas brancas ou vermelhas na boca, feridas ou aftas que não cicatrizam há mais de 15 dias e dores na boca e na face ao engolir. A maior taxa de incidência da doença está entre homens acima dos 40 anos.
Entre as principais causas do tumor está o tabagismo, tanto com o cigarro convencional quanto com o eletrônico, que vem se mostrando cada vez mais nocivo à saúde. Além disso, conforme explica Angélica Siqueira, o consumo de álcool em excesso, a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) e, em alguns casos, o histórico da doença na família também são fatores de risco.
Prevenção e tratamento
A higiene bucal, o autoexame e a vacina contra o HPV são as principais formas de prevenção, aliadas a visitas regulares ao cirurgião dentista ou médico, estando sempre atento para os possíveis sinais da doença. “Quando falamos de autoexame, é sobre procurar e identificar tudo o que é incomum na boca para buscar o tratamento precocemente. Consultar o dentista regularmente também é uma forma de diagnosticar o câncer de boca nos estágios iniciais da doença, o que aumenta as chances de cura”, informa Angélica Siqueira.
De acordo com o médico, a cirurgia normalmente consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução quando necessário. “Nas lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas a retirada da lesão. No entanto, quando o quadro do paciente é mais complexo, a radioterapia e a quimioterapia são indicadas, pois a cirurgia não é possível ou pode trazer sequelas funcionais importantes e complicadas para a reabilitação e a qualidade de vida do paciente”, afirmou.
O oncologista também destaca que além de evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso corporal dentro dos limites da normalidade, com uma alimentação mais natural; garantir a boa higiene bucal e usar preservativo na prática do sexo oral, para evitar a infecção por HPV, também são recomendações médicas para prevenção ao câncer de boca.