O tratado que busca integrar o Mercosul à União Europeia pode causar a inibição da indústria brasileira. Pressionado pelos europeus para assinar o acordo, o governo brasileiro tem elevado o tom das críticas ao tratado.
De acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os pontos de acordo são “inaceitáveis” e representam uma “ameaça” ao país. Especialistas entrevistados pela Agência Brasil afirmaram que os termos do acordo prejudicam a industrialização do Brasil e representam mais a proposta de ampla liberalização comercial promovida pelo governo anterior.
Conforme os especialistas em relações internacionais, o acordo impede a nova industrialização. Além disso, ele é assimétrico, favorece o bloco europeu e abre muito o setor de serviço e de indústria do Brasil, afirmam.
Para estudiosos da área, é fundamental para governo brasileiro ter condições de estimular novas indústrias que precisam de algum grau de proteção. Assim sendo, entre os pontos criticados pelo governo, destaca-se o das compras governamentais, que abre a concorrência para empresas europeias.
Segundo Lula, se a posição brasileira não for aceita, não haverá acordo. “Eles querem que o governo brasileiro compre as coisas estrangeiras ao invés das coisas brasileiras. E se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo. Nós não podemos abdicar das compras governamentais que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem nesse país”, afirmou o presidente.
Com informações da Agência Brasil