A manutenção do valor da passagem de ônibus em R$ 3,70 na Grande Goiânia é composta por acertos, mas também há erros neste processo. O mais relevante é que o usuário não vai pagar mais caro por um serviço de transporte que tem qualidade contestada. Porém é preciso se verificar que em todo o conjunto há acertos, mas também há equívocos.
Começamos pelos acertos. Marconi Perillo fez bem em chamar a responsabilidade. Ele como governador de Goiás, agiu corretamente ao dizer que o Estado deve bancar todo o custo do Passe Livre voltado para estudantes. O governo estadual ainda acerta ao anunciar a colocação de 500 pontos
A Câmara Deliberativa de Transporte Coletivo (CDTC) acertou ao fazer uma reunião aberta. Afinal, nenhum dos que sentam à mesa andam de ônibus, quem necessita do serviço precisa saber claramente o que o estão discutindo representantes eleitos pelo povo.
A Prefeitura de Aparecida de Goiânia, acerta ao antes mesmo de se discutir reajuste tarifário, abrir licitação para viabilizar a colocação de 120 pontos de ônibus. Todos acertam ao manter a tarifa em R$ 3,70, o usuário não comportaria mais aumento no valor da passagem.
Vamos agora aos erros. Começamos novamente pelo governador. Marconi diz que as prefeituras não cumpriram acordo em 2013, que resultou no congelamento da tarifa em R$ 2,80. Realmente, os municípios que compõem a Grande Goiânia não cumpriram, mas o governo estadual também não. O secretário Vilmar Rocha admitiu. Agora nova oportunidade.
A Prefeitura de Goiânia erra. O prefeito sequer comparece a uma reunião da CDTC que oficializou a manutenção do valor atual. que não tem data fixa. Se não pudesse em determinada oportunidade, bastaria remarcar. Iris Rezende deu a entender que o assunto não é importante para a cidade.
A administração da capital ainda erra ao não se discutir planejamento aliado a trânsito com a Câmara Deliberativa. É por este motivo que os secretários de Habitação e de Trânsito fazem parte da CDTC.
O presidente da CDTC e prefeito de Aparecida Gustavo Mendanha erra ao sugerir uma companhia local. A Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) recebe 1% da receita do sistema, cerca de R$ 400 mil mensais para manter a estrutura do órgão, promover estudos, fiscalizar e cumprir com outras obrigações como: colocar pontos de ônibus, que é um erro no contrato, já que deveria ser obrigação das empresas. Em vez de se criar nova companhia, deveria se estruturar melhor a CMTC.
As prefeituras da região metropolitana erram, pois não ajudam em praticamente nada na estrutura da CMTC, ceder técnicos, ajudar a construir pontos de ônibus ou a custear estudos técnicos.
Todos erram em discutir de forma rasa os assuntos, sem aprofundar as discussões. Transporte Coletivo só vai ter qualidade se os problemas forem discutidos de forma conjunta e com planejamento integrado. Se não for feito desta forma, os problemas que aí estão, vão piorar.