A proposta do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) de cobrar uma taxa do agronegócio para financiar investimentos em infraestrutura por meio de um fundo não foi bem vista para entidades representativas. O setor argumenta que o momento é de incerteza para o produtor e não é hora de criar uma taxação. Em nota divulgada na noite desta terça-feira (8), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) afirma que não fez, e nem fará parte da comissão de análise deste projeto.
”A Faeg se coloca CONTRA a criação de qualquer tipo de taxação do setor e afirma que não fez, e nem fará parte da comissão de análise deste projeto”, diz trecho da nota.
De acordo com a entidade a realidade do campo requer cautela, uma vez que os custos de produção têm se elevado cada vez mais e os produtores dos diversos segmentos da agricultura e pecuária têm lutado para não operar no prejuízo. ”Com isso, uma taxação a mais poderia inviabilizar o setor agropecuário, gerando índices de desemprego e freando o desenvolvimento tão necessário para a sociedade, o estado e o país”, completa.
Durante reunião com representantes do agro na última segunda-feira (7), Caiado explicou que os cálculos para a criação do fundo estão em estudo e contam com a contribuição da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) na elaboração do projeto, que posteriormente será enviado à Assembleia Legislativa (Alego). “Chamei-os para dizer que é lógico que a Faeg vai coordenar, atuar no projeto de lei e onde haverá uma contribuição sobre os produtos agropecuários”, explicou.
Ainda nesta quarta-feira (9) o governador deve ampliar o diálogo com deputados da base para apresentar a uma nova taxação. Presente na reunião da última segunda-feira, o presidente da Faeg e deputado federal, José Mário Schreiner, reconheceu as melhorias para o setor durante o atual governo e destacou os avanços na segurança e infraestrutura que, segundo ele, precisam continuar. “É hora de fazermos um pacto para Goiás ter um salto de desenvolvimento. É um assunto que temos que discutir com muita tranquilidade, cada um colocando o seu ponto de vista. Acredito que precisamos estar em convívio nesse processo”, afirmou o líder ruralista.
Mas, em nota divulgada pela entidade, Schreiner disse que o momento é de ‘incertezas para o produtor rural’. ”Além do constante risco climático que atinge todas as atividades produtivas, o setor ainda se encontra envolto em dúvidas quanto ao direcionamento de políticas públicas nacionais”, diz em nota.
”Sabemos da necessidade de se investir em infraestrutura no estado, e que é importante não só para os produtores quanto para todos os setores em geral. No entanto, não é momento de se pensar em mais custos, é preciso pensar em mais estímulos para produção”, conclui o presidente da Faeg.
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