23 de dezembro de 2024
Economia

Empresas que não se adaptaram ao ambiente digital sofrem mais com crise, diz Instituto Gyntec

E-commerce ganha força com restrições por conta da epidemia. (Foto: Reprodução)
E-commerce ganha força com restrições por conta da epidemia. (Foto: Reprodução)

As empresas que não se adaptaram ao ambiente digital enfrentam maiores dificuldades durante a crise causada pela epidemia de Covid-19 em Goiás e podem fechar as portas. A conclusão é de uma enquete realizada pelo Instituto Gyntec e a Associação de Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Goiás (Assespro-GO).

O levantamento, realizado via questionário com 38 empresas de diversos segmentos na capital, mostrou que 28,9% das companhias que responderam não têm ferramentas tecnológicas para atender clientes. Outros 18,4% mantêm apenas atendimento via telefone, seja fixo ou telemarketing. De acordo com o CEO do Gyntec, Marcos Bernardo Campos, essa parcela de mais de 47% é quem mais perdeu faturamento.

“Esse número nos chamou atenção. É o fantasminha. Ninguém acha essa empresa na internet. São empresas totalmente analógicas que com certeza vão sumir na crise. É mais de 40% do mercado ainda é muito analógico. É justamente esse mercado o mais afetado. São as empresas que não têm um site, uma rede social e ainda utilizam telemarketing ou telefone fixo”, afirmou.

O presidente da Assespro-GO, Deybson Cipriano, ainda pontuou que os call-centers já estão ultrapassados no mercado de atendimento. “A central de atendimento por telemarketing não é mais uma ferramenta tecnológica, mas muitos empresários ainda a consideraram”, cita.

De acordo com Campos, a epidemia apenas acelera um processo de morte das empresas que não procuraram a adaptação para fazer negócios remotamente. “Quem dependia apenas da loja física não está autorizado a abrir as portas. A 44 é um exemplo disso”, cita. “Metade das empresas estão em um ambiente tradicional. Elas têm uma resistência maior a adotar essas tecnologias e, na nossa percepção, são mais afetadas pela crise”, pontuou.

Cipriano diz que há exemplos de empresas que cresceram ou estão conseguindo sobreviver, apesar das restrições, com o e-commerce. “É um potencial muito grande e não podemos perder. Independente do que você utiliza, é importante buscar um modelo híbrido”, ponderou.

Conforme a enquete, sites com página de vendas (34,2%) e redes sociais (28,9%) são as ferramentas mais comuns utilizadas pelas empresas para atender clientes no meio tecnológico. Em grande ascensão está o chat, principalmente via WhatsApp, com 26,3%. O software Customer Relationship Management (CRM) é utilizado por 18,4%.

Marcos Alberto Bernardo Campos é CEO do Instituto Gyntec Academy, organização de educação e transformação digital para a nova economia e fomentadora de inovação por meio do desenvolvimento de startups. É administrador de empresas. Deybson de Santana Cipriano, presidente da Assespro-GO (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação de Goiás). Ele é cientista da computação e empresário de desenvolvimento de sistemas em TI.

Mais dados

A enquete também apontou que 60,5% das empresas reduziram atividades durante o período da epidemia. Outros 28,9% aumentaram a produção e apenas 10,5% mantiveram o mesmo padrão. Para sobreviver à crise, 60,5% das empresas afirmam que precisaram desenvolver novos serviços.

Dos empresários que responderam o questionário, 55,3% demitiram durante a crise, enquanto 7,9% procura profissionais para aumentar a equipe. A porcentagem daqueles que não mudaram o quadro de funcionários é de 36,8%. Das que contratam, 47,4% não têm encontrado o profissional que procuram.

As áreas com maior demanda são de marketing e vendas (34%) e gerente de mídias sociais ou site (28,9%). Gerente de inovação e gestão de projetos e cientista de dados, ambos com 13,2%, também apareceram com procura relevante.


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