Publicidade
Política
| Em 3 meses atrás

Em sabatina, Willian Panda critica gestão de Vilmar e aponta principais desafios para Aparecida

Compartilhar

O candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Willian Panda (PSB), participou, na manhã desta quarta-feira (4), de sabatina realizada na Rádio Bandeirantes, em parceria com o Diário de Goiás, com mediação do editor-chefe deste veículo, o jornalista Altair Tavares, e os apresentadores Fred Silveira e Larissa Dourado.

Na oportunidade, o político criticou determinados pontos da atual gestão, administrada por Vilmar Mariano (UB), e apontou os principais desafios para o município. Segundo Panda, a retomada das obras paralisadas é um problema considerado primordial. No entanto, evidenciou também a necessidade do desenvolvimento econômico e social do município, bem como ações que visem a melhoria da saúde, educação, geração de empregos, além da ampliação das vagas em Cmeis.

Publicidade

Confira, abaixo, a entrevista em sua íntegra:

Publicidade

Altair Tavares: O William Panda, é formado em Química, fez educação públic,a também, e notei que no plano de governo dele tem um destaque especial para a área da educação, porque ele também já foi professor. É por causa disso que o senhor tem essa visão mais focada na educação?

Publicidade

Willian Panda: Não só por conta disso. Assim, eu acabei não formando em Química, eu acabei só cursando Química, porque, inclusive, foi um momento difícil para a minha família, porque meu pai acabou saindo de um supermercado ali na região da Vila Brasília e eu estudava na UFG. A UFG é muito distante de casa e minha família estava passando por alguns momentos de dificuldade e eu não conseguia ir além. Mas quando estava na faculdade, dei aulas durante um tempo, minha esposa é professora, meus filhos estudaram na escola pública. Eu também sou um filho da escola pública. E durante o mandato a nossa atuação junto com o sindicato, junto com os trabalhadores, ela foi muito efetiva. Então, isso faz sim com que eu tenha um olhar diferenciado para a educação. 

Fred Silveira: Candidato, Aparecida de Goiânia tem grandes desafios. É um dos municípios mais importantes do nosso estado e eu digo o mais importante para a capital como região metropolitana. O que você acha que mais precisa ser feito hoje para que a Parecida realmente dê um salto, não somente na economia, como geração de empregos, saúde? Qual é o maior desafio que o senhor vê hoje como candidato para Aparecida de Goiânia? 

Publicidade

Willian Panda: O maior desafio hoje, Fred, é retornar as obras. Até o prefeito Gilmar tentou fazer essa retomada de obras, enfrentou uma série de dificuldades, tanto é que essas obras agora foram paralisadas, porque o empréstimo de R$ 600 milhões, que é o que resolve a infraestrutura toda e a mobilidade de Aparecida, ele está pré-aprovado, mas só pode ser utilizado posterior ao ano eleitoral. Então, o próximo prefeito, e eu espero que seja o William Panda, terá os recursos do Banco Brics para poder acabar com esse grande problema da cidade de Aparecida, que é a infraestrutura. Dito isso, nossa cidade terá a infraestrutura necessária para sua evolução e aí a gente precisa focar também em fazer com que a nossa cidade cuide da área social. Nós não temos uma casa de passagem para os idosos, nós não temos uma casa de passagem para as mulheres vítimas de violência, nós não temos programas de transferência de renda nem na área educacional, nem na área da moradia e nenhuma outra área, nem mesmo na área social. Então, nós somos hoje uma cidade onde nós temos emprego, mas para aquelas pessoas que estão com alguma dificuldade, que não conseguem acessar o emprego, nós não temos nenhum tipo de política para fazer com que essas famílias, inclusive, tenham o mínimo de dignidade para sobreviver. Vou dar um exemplo dos nossos Cmeis, nós não temos vaga nos Cmeis. São 10 mil crianças que estão aguardando por vaga. Então nós precisamos avançar, tem regiões da cidade, como a região do Vale do Sol, onde não tem escola, e aí não estou falando de escola integral nem de Cmei, estou falando de escola regular. As crianças têm que atravessar a BR 153, utilizar um transporte escolar, que inclusive foi uma luta do nosso mandato, na época, um transporte escolar que hoje atua de área urbana para área urbana, porque a legislação inclusive não permite, nós conseguimos um TAC junto ao Ministério Público para que fosse feito o transporte dessas crianças, para que elas não tivessem que atravessar a BR. Então nossa cidade tem muitos problemas, nossa cidade precisa retornar ao desenvolvimento econômico, mas pensando também no desenvolvimento social.

Larissa Dourado: Quando a gente fala sobre saúde, candidato, como é que vai ser o seu posicionamento a respeito disso? Na questão de atendimento nas unidades de pronto atendimento, hospitais, até mesmo a questão de parceria com instituições privadas na saúde para melhorar essa questão de sede, exames, e também a questão de cirurgias que estão aí tendo filas para os moradores de Aparecida.

Willian Panda: Sobre as cirurgias, nós tivemos desde a pandemia um grande problema. Em todo o Brasil, em Aparecida, isso demorou demais a ser resolvido, e isso gerou uma dificuldade na população, tanto é que a pesquisa última que foi apresentada pelo Jornal Popular, ela mostra que 33% das pessoas estão incomodadas com a saúde, por conta de filas muito grandes. Nós tínhamos uma fila de 16 mil pessoas que usavam de cirurgia, 11 mil cirurgias foram feitas, dessas 11 mil, 7 mil feitas pelo próprio HMAP, nós ainda temos 5 mil pessoas aguardando nessa fila. Primeiro, nós vamos resolver esse problema, e ao resolver, nós vamos dar dignidade. Eu, inclusive, apresentei na Câmara, enquanto vereador, um projeto para que a Prefeitura tivesse prazos estabelecidos para cirurgias, para exames simples, para exames de alto custo, ao mesmo modo que existe nos planos de saúde, existem prazos pré-estabelecidos. O que nós não podemos é ter pessoas que precisam de uma cirurgia, as pessoas acamadas, as pessoas podendo, inclusive, perder a sua vida e esperando 5, 6, 7 anos por esse procedimento. Então nós precisamos resolver de uma vez por todas, e é possível, nós temos um hospital municipal que é uma referência pra todos nós, que é um dos melhores hospitais do Brasil, e esse hospital precisa da infraestrutura necessária. Do outro ponto de vista, nós temos um problema, um estrangulamento na nossa saúde, e aí são vários fatores. O primeiro deles e mais importante, apenas 49% da cidade é atendida com atenção básica à saúde, atenção primária. O que eu estou dizendo? As unidades básicas de saúde, que é aquela onde o cidadão faz a consulta periódica, faz seus exames periódicos, onde ele vai quando tá com uma doença simples, quando tá, às vezes, com uma virose simples, com uma gripe simples, essas unidades básicas de saúde atendem menos da metade da população de Aparecida. Nós precisamos ampliar as equipes de saúde de família, isso a gente faz com concurso e com parceria também com o Ministério da Saúde, inclusive, dialoguei com técnicos do Ministério da Saúde pra fazer essa proposta, nós temos que ampliar esse atendimento, porque ao ampliar o atendimento de saúde básica à família, construindo, inclusive, dez unidades básicas de família. Eu estive com o Presidente da República, e o que eu falei pra ele é que eu quero construir 25 Cmeis, que eu preciso construir cinco escolas de tempo integral, e que eu preciso construir dez unidades básicas de saúde, isso com o apoio do Governo Federal, que é a única forma de fazer. E eu vejo os meus concorrentes dizendo que vão resolver esses problemas, nós não temos orçamento hoje na cidade pra resolver apenas com orçamento municipal, o orçamento do Estado não pode entrar em uma série dessas demandas. Como é que eles vão resolver isso sem uma parceria profícua com o Governo Federal? Eu acho que isso é impossível, e infelizmente, na minha opinião, estão mentindo. 

Fred Silveira: Candidato, no seu plano de governo, que eu estudei ontem, e hoje de manhã estava também logo olhando, você fala muito sobre essa questão de fazer novos concursos públicos no município, e você pretende fazer um chamamento desses aprovados. Como você planeja fazer isso? 

Willian Panda: Fred, nós já temos um concurso público na área da educação, esse concurso público até nesse momento precisou-se fazer algumas alterações, algumas adequações, eu espero que esse concurso consiga ser realizado, porque a urgência é tamanha. O último concurso público que nós tivemos na cidade foi em 2013, ainda na gestão do Maguito. Então nós estamos falando de 11 anos sem concurso público. Isso gerou uma série de demandas complicadas pra nossa educação, pra nossa saúde.

Altair Tavares: No último balanço quadrimestral de aparecida, 50% da cadastro do município é comprometido com a folha de pagamento. Na prática, o município está chegando numa situação emergencial e não pode contratar. Como se vai resolver essa equação?

Willian Panda: Mas aí é que tá. Hoje o município contrata, por exemplo, na educação. Nós temos um modelo de processo seletivo, e esse processo seletivo hoje você tem lá 480 professores que foram convocados, cerca de 500 professores, aí tem agentes educativos e outros servidores. Mas nós temos hoje no processo seletivo cerca de 800 profissionais contratados por essa modalidade. Então nós estamos falando de pessoas que já estão.

Altair Tavares: E vai quanto por cento dos funcionários?

Willian Panda: Dos efetivos da rede de educação? É uma minoria. A nossa rede tem uma grande qualidade. Nós temos lá cerca de 7 mil servidores efetivos, e cerca de 400 a 500 servidores. 5%. Mas é o que é diferente na saúde. Eu vou te explicar: o que a gente tá pagando hoje pra esses servidores, a gente vai transformar esses servidores que estão de processo seletivo em servidores concursados. Então isso não muda, até porque o salário é o mesmo. O que vai mudar ao longo do tempo são os planos de carreira, ok? Então essa margem já existe, tanto é que a prefeitura já contratou esses profissionais, nós vamos substituí-los. Agora somente esses profissionais do processo seletivo da educação não são suficientes. Faltam professores numa série de áreas. Aí eu vou explicar como que a gente vai abrir espaço nesse índice de endividamento. Mas eu quero falar da saúde. Na saúde, aí já é uma situação diferente. Nós temos metade de servidores concursados. Vou explicar de forma rápida: o endividamento com folha hoje é 50, 50,2%. Nós temos o limite prudencial e no máximo até 54%. Logicamente que a gente não tem que trabalhar com essa margem de 54%. Mas nós temos hoje processos de contratação, tanto na educação quanto na saúde, que não são processos de concurso. Tanto é que o concurso foi autorizado porque todos os órgãos responsáveis por dar esse autorizo entenderam que Aparecida tem capacidade de contratação e de pagamento. Substituindo, no caso da educação, os profissionais que hoje são seletivos, é um processo seletivo. Então, é uma substituição de servidores com o mesmo salário, com o tempo e o plano de carreira. Tudo bem, salários ficam diferentes. Então, esse impacto já tá lá previsto. Na saúde, e aí o percentual de servidores na educação que são de processo seletivo é pequeno. A grande maioria dos nossos servidores já são concursados, o que é muito bom, que faz nossa rede ser uma rede diferente, uma rede capacitada, preparada, muitos professores, a maioria pós-graduado, muitos mestres, muitos doutores. Na área da saúde, nós já temos um problema grave, grave. Tomou-se uma decisão, há mais de oito anos, de não fazer concurso público na saúde e transformou um modelo de contratação, de credenciamento, como um modelo para ser utilizado, como um modelo de eficiência. E ele não tem nada de eficiente, pelo contrário, é um modelo escravagista. Nós temos hoje, metade dos servidores da saúde são concursados, a outra metade é credenciada. Hoje são 2.150 credenciados. Um técnico de enfermagem, por exemplo, recebe menos que um salário mínimo por mês. Com uma carga de dez plantões. Recebe R$130 reais por plantão, R$1.300 reais por mês. Isso é indigno. Isso é um sistema escravagista, e quando eu falo escravagista é porque é sem direito algum. Não tem direito a testado, não tem direito a férias, não tem direito a décimo terceiro, é uma prestação de serviço mal paga. Piso da enfermagem. Não se paga piso para esses servidores, não se paga nada. Então, o que é o problema? É que criou-se um modo de pagamento muito barato, e inclusive, absurdamente, esse valor é tão absurdo que Goiânia paga o dobro. Goiânia tem o mesmo modo de contratação, que é o credenciamento, mas Goiânia paga, para um técnico de enfermagem, em torno de R$250 reais por plantão.

Altair Tavares: Lula vai estar essa semana em Goiânia. O senhor diz que é o candidato do Lula em Aparecida. O senhor disputa com Leandro e Leila, de certa forma, no discurso. Quem levou o quê para Aparecida? O senhor diz que Lula, que levou muitas obras da saúde, e Dilma também, e ele diz que foi ele que levou, junto com o Maguito. Afinal de contas, como é que se resolve essa situação?

Willian Panda: O Maguito era o prefeito, e o Maguito foi o maior prefeito da nossa história, na minha opinião, o maior político de Goiás. Agora, nós precisamos fazer o recorte. O recorte é que 95% dos recursos que foram utilizados para transformar Aparecida foram recursos oriundos do governo federal.
E continua sendo, tanto é que desde que os recursos do governo federal pararam de chegar em Aparecida, tem mais de seis anos que não se constrói um Cmei, tem mais de seis anos que não se constrói uma unidade básica de saúde, tem mais de seis anos que não se fazem obras mais estruturantes. Então, nós precisamos, sim, de uma parceria efetiva e profícua com o presidente da República. E sim, tem o apoio do presidente Lula, como também ele estará não só no nosso programa de televisão, estará na nossa campanha como um todo.

Altair Tavares: Você não tem receio de ficar mostrando o Lula, quando muita gente se diz de direita e esquerda?

Willian Panda: Nenhum receio, porque nós temos um legado, nós temos uma história. E o Lula é o presidente da República. Ele venceu a eleição e será presidente da República até o fim do seu mandato.
Então, qualquer prefeito do Brasil vai ter que dialogar com o presidente da República.

Publicidade