O que fazer para acabar com a miséria e a recuperação econômica no Brasil? Além das reformas e privatizações, investir em programas sociais. “Você quer ajudar a remover a pobreza dá o dinheiro pro pobre na mão”. O PT fez isso muito bem quando instituiu o Bolsa Família: “Um belíssimo programa”. Seria difícil imaginar que o ministro da Economia, Paulo Guedes, pudesse elogiar um programa petista, mas foi o que aconteceu nesta quinta-feira (11/02).
Em uma live com o ex-secretário do Tesouro Nacional e atualmente economista-chefe do BTG Pactual, Mansueto Almeida, Paulo Guedes foi questionado sobre quais seriam os caminhos que o Brasil precisava seguir para sair da crise e retomar os trilhos do crescimento e pontuou que o auxílio emergencial mostrou-se um bom remédio para que o país sobrevivesse à pandemia do novo coronavírus.
“Quer acabar com a miséria? Nós temos há 30 anos programas sociais. Temos fundos públicos, transferência de renda, mas de repente a maior redução de miséria dos últimos quarenta anos foi feita nesses meses”, explicou. Guedes continuou dizendo que a elite brasileira acredita que entende de algo inventando programas e bancos públicos para administrar o “dinheiro do pobre” mas aquele dinheiro deveria ser entregue “para o pobre imediatamente”. “Você quer ajudar a remover a pobreza dá o dinheiro pro pobre na mão. Deixa ele escolher. Ele escolhe o que ele faz com o dinheiro dele. Você dá o dinheiro para ele”, destacou.
E aí Guedes continuou com sua argumentação relembrando o Bolsa Família, instituído em 2003 pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “E o PT colocou aqui quando fez o Bolsa Família e foi um sucesso… Um belíssimo programa, com dez bilhões de reais, eles atingiram 40 milhões de brasileiros e merecidamente foram reeleitos, algumas vezes, porque fizeram um bom programa social.”
Segundo Guedes, a premissa do auxílio emergencial vem a partir do Bolsa Família, mas utilizada de forma ‘sustentável’. “Usamos exatamente essa mesma concepção de transferência direta pro mais pobre e isso foi um impacto extraordinário. Agora temos de fazer isso de forma fiscalmente sustentável. Eu diria o seguinte: o que está à frente de nós é a responsabilidade do compromisso com a responsabilidade fiscal, mas ao mesmo tempo com essa sensibilidade social.”
Guedes conclui o raciocínio dizendo que para o país retomar o crescimento são necessárias as reformas e privatizações que devem ser aceleradas com as novas gestões na Câmara e no Senado Federal. “Privatizar, abrir a economia, recuperar e zerar o déficit através de controle de gastos porque a economia começa a crescer se controla o gastos. Privatizações que a pauta ficou travada. A reforma tributária com simplificação e redução de impostos… As medidas estão lá. Agora chegou a oportunidade política. Agora tem uma urgência e um protocolo de crise. Basta combinar a urgência com o protocolo que em 20, 30 dias você tá voando”, concluiu.