22 de dezembro de 2024
Durante palestra • atualizado em 16/08/2023 às 15:48

Em Goiânia, Ministra Cármen Lúcia critica violência contra a mulher e destaca luta pela igualdade

Na capital goiana, integrante do STF participou da programação da 24ª edição da Semana da Justiça Pela Paz em Casa
Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ministra palestra em Goiânia. Foto: Acaray Martins/TJGO
Ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ministra palestra em Goiânia. Foto: Acaray Martins/TJGO

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, ministrou palestra na abertura do Grupo de Estudos de Direitos da Escola Judicial do Tribunal de Justiça de Goiás (Ejug), nesta terça-feira (15), em Goiânia. Durante sua fala, ela afirmou que a sociedade “ainda se mostra machista, sexista, misógina e preconceituosa”.

De acordo com Cármen, a violência contra a mulher manifesta-se em extremos como o assassinato. Para ela, eventos de conscientização e combate a essas violências são extremamente necessários.

As desigualdades sociais também foram alvo de críticas da ministra do STF, que ressaltou que o direito à igualdade já era previsto na primeira constituição brasileira, datada de 1824, mas até hoje não foi plenamente concretizado. E reforçou que a luta pela igualdade é incessante e absolutamente necessária.

Nossa primeira constituição foi outorgada em 1824 e, desde esse período, temos o direito à igualdade reconhecido. O principal pilar desse documento sempre foi a igualdade. Entretanto, lamentavelmente, fomos um dos últimos países a abolir a escravidão, e ainda enfrentamos denúncias de práticas escravistas em diversas regiões do Brasil. As leis, por si só, não são suficientes. É essencial compreender que a lei deve refletir-se na vida das pessoas para ter efetividade tanto jurídica quanto social e ser um instrumento de transformação.

Cármen Lúcia, ministra do STF

A programação integra a 24ª edição da Semana da Justiça Pela Paz em Casa, iniciativa lançada pela ministra em 2015, durante sua gestão à frente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além de valorizar a atuação da Escola Judicial, destacando sua importância na formação contínua de juízes que podem ser agentes transformadores na sociedade, ela frisou o papel fundamental do Tribunal de Justiça.

O presidente do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), desembargador Carlos França, destacou a relevância da participação de Cármen Lúcia no evento.

“O TJGO e a Ejug sentem-se engrandecidos com sua presença e a sua mensagem será relevante para a nossa magistratura, para o corpo funcional deste Tribunal de Justiça e todos os presentes. Desejamos que continue sendo condutora de boas ações, sobretudo de proteção às nossas mulheres, que merecem um olhar atento e acolhedor tanto do Poder Judiciário quanto de toda a sociedade”, comentou.

França também enfatizou a importância do Grupo de Estudos de Direito da Mulher, criado pela Ejug. “Esse grupo, focado na temática da violência contra a mulher, estará sob a liderança da desembargadora Sandra Teodoro, como coordenadora, e da juíza Marianna de Queiroz, na função de vice-coordenadora”, pontuou.

Cármen Lúcia foi homenageada pelo desembargador Carlos França e pela desembargadora Sandra Teodoro com a comenda do mérito acadêmico Professor Desembargador Byron Seabra Guimarães. Na ocasião, a ministra também recebeu um echarpe produzido pela mestra Marta Kalunga, idealizadora da Casa de Memória da Mulher Kalunga.

Agradecimentos

A juíza Marianna de Queiroz Gomes, titular da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, agradeceu a presença da ministra e ressaltou a relevância do tema ‘Evolução dos Direitos Humanos das Mulheres no Século 21’, que norteou a palestra.

“É um orgulho para o Poder Judiciário ter a presença da ministra Cármen Lúcia para tratar desse tema tão importante, contando com a experiência dela e de uma luta de todas nós, de nossas avós, mães”, ponderou a juíza.

Na oportunidade, a cantora Mara Cristina, servidora da Coordenadoria da Mulher, apresentou a música de sua autoria ‘A Penha Vai Valer’. A canção deu nome ao projeto que visa prevenir e informar sobre formas de violências cometidas contra meninas e mulheres, em parceria com bares e restaurantes de Goiás.


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