Os principais líderes do União Brasil (UB) referendaram publicamente a pré-candidatura do governador goiano, Ronaldo Caiado, à Presidência de República em 2026. O UB está realizando um encontro nacional em Aparecida de Goiânia neste sábado (15).
Entre os que exaltaram a articulação em torno de Caiado, estão o presidente atual do UB, Antônio de Rueda, o ex-prefeito de Salvador (BA), Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), que é vice-presidente do partido, e o senador do Paraná, Sérgio Moro.
Rueda frisou que foi o primeiro grande evento após a posse da nova executiva, “que entra com pé direito”. Ele afirmou que Caiado “teve o cuidado de fazer maior evento do partido”, o citando como pré-candidato a presidente do Brasil pelo partido. Ele disse que está na agenda do encontro o lançamento de mais de 140 pré-candidaturas a prefeitos e centenas a vereadores. “Viemos para crescer em Goiás. Caiado é um símbolo do partido, passou por todos os estágios, é experimentado”.
Por outro lado, Rueda minimizou a participação do UB no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, onde a legenda ocupa um ministério. “Vamos exercer a democracia interpartidária”. Depois, falando que país precisa de união, completou: “A gente vai contribuir com todo governo no que for necessário”.
Em entrevista e depois também no seu discurso, ACM Neto manteve o tom, indicando que a escolha de uma cidade de Goiás, Aparecida de Goiânia, para o encontro é uma primeira movimentação nacional para mobilizar em torno de Caiado. “Antecipamos o espírito da direção nacional do UB”, afirmou, para reforçar depois: “O Brasil precisa de um novo líder. O Brasil precisa de alguém como Ronaldo Caiado. E estamos aqui para dizer isso a todo o estado de Goiás, e levar essa mensagem ao País”, sublinhou.
ACM Neto citou a boa avaliação do governador e defendeu um novo desenho político para as eleições presidenciais, sem perder o foco nas eleições de 2024. Ao contrário. “Vamos aproveitar o debate nos municípios para refletir sobre as prioridades futuras para o Brasil”. Ele chegou a dizer que o nome de Caiado deve se tornar unanimidade dentro do UB. Depois confirmou que Jair Bolsonaro segue como principal nome da direita e que será preciso trabalhar o peso da liderança dele no processo eleitoral de 2026.
Além disso, o vice-presidente do UB destacou que a legenda, que surgiu em 2022, “nasceu forte”, com quatro governadores. “A eleição municipal será determinante para o que vai acontecer em 2026”. Ele defendeu as pré-candidaturas nas capitais e o “desafio de fazer 600 prefeitos pelo país”.
Também o senador Sérgio Moro, enfatizou o peso de Ronaldo Caiado. “Conheço de muito tempo. É um forte candidato à presidência. Temos ouvido críticas de que estamos antecipando um debate, mas quem está fazendo isso é o governo Lula, mostrando que está derretendo, fragilizado a economia do país, sem controle da agenda legislativa, e sofrido sucessivas derrotas”, criticou.
Para ele, esses argumentos tornam “natural” que o debate sobre 2026 seja antecipado. Moro apontou que esse cenário exige um candidato forte e “86% dos goianos não podem estar errados ao manifestarem apoio ao governador Caiado”.
Outro destaque do senador foi o trabalho em segurança pública desenvolvido no atual governo.“O governador de Goiás não tem apreço por criminoso, ao contrário do governo Lula”, alfinetou. Em diferentes momentos Moro apontou que se sente perseguido pelo governo federal.
Ao ter o nome convidado para o palco, o governador ouviu os gritos de “presidente”, vindos do público. O encontro foi transmitido ao vivo. Sorrindo muito, Caiado acenou, fez sinal de coração com as mãos e abraçou as autoridades que compareceram. Uma multidão de filiados e apoiadores vindos de diversas cidades participaram do encontro do UB no Atlanta Music.
Antes, em entrevista coletiva, Caiado disse que seu nome ter sido colocado pelos líderes do UB como pré-candidato do partido a presidente em 2026 “é um processo […]. O Brasil clama por rumo, ter tranquilidade, por resgatar a paz e ter equilíbrio fiscal”, citou. Depois reforçou as críticas à reforma tributária. “Fui o primeiro governador a dizer isso”.
Perguntado pelos jornalistas se ainda conta com a possibilidade de ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL), ele disse que considera “lógico” buscar o apoio do ex-presidente. “Temos um perfil, existe uma convergência, só que temos também capacidade mais do que nunca de mostrar que estamos abertos ao diálogo, podendo buscar composição com o PL, se desejarem, se possível, para eleger Sandro Mabel no primeiro turno. Não estamos nos sentindo acima, cada um no seu quadrado, respeitando os outros, mas construindo acordos”.