Nos primeiros dois dias de setembro, Goiás já teve 43 focos de incêndio ativos registrados. Os dados são provenientes do monitoramento de focos de fogo ativo, do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais da Universidade Federal de Goiás (Cempa/UFG). Durante todo o mês anterior, em agosto, foram 1.120 focos.
De acordo com o apresentado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), Goiás teve o menor percentual de queimadas no Brasil, nos últimos dias, equivalente a 2% do território. No mesmo período do ano passado, agosto de 2023, o estado registrou 488 focos de incêndio, 632 queimadas a menos que este ano.
Nesta segunda-feira (2), Goiânia amanheceu novamente envolta por fumaça, proveniente de queimadas ativas na região. De acordo com o Corpo de Bombeiros de Goiás (CBMG), grande parte da nuvem de fumaça que encobriu a capital esta manhã é advinda da queimada no Jardim Botânico, “no entanto, há diversas ocorrências de incêndio em vegetação ocorrendo todos os dias que também podem ter contribuído”, afirmou.
Desde a última quinta-feira (29), Bombeiros atuam no combate à queimada no Jardim Botânico da capital, e conforme assessoria da corporação, equipes ainda estão no local em combate, até a tarde desta segunda (2). “Haja vista a grande extensão do parque, já houve acionamentos anteriores que haviam sido completamente debelados. O último, iniciou-se ontem e encontra-se em andamento”, informou o CBMGO.
Há fortes indícios de que o incêndio registrado no Jardim Botânico tenha sido criminoso. “É difícil provarmos, mas, há grande probabilidade de que tenham sido incêndios criminosos”, informou o Corpo de Bombeiros.
No sábado (31), um incêndio de grandes proporções, às margens da BR-153, entre o Ceasa e a Halexistar, próximo ao Aeroporto de Goiânia, colocou em risco a segurança de motoristas que transitavam na região. A queimada, que tomou os dois lados da rodovia, só foi controlada após 5h de trabalho. A ocorrência foi registrada às 16h49 e as chamas foram contidas às 22h.
Caiado afirmou, na última quarta-feira (28), que vai criar um projeto de lei para punições mais severas a praticantes de incêndios criminosos em Goiás. De acordo com o governador, a intenção é inibir esse tipo de ação no Estado. “Já determinei à Casa Civil que me apresente um projeto de lei para que haja punições severas àqueles que realmente estão praticando o incêndio criminoso. É inaceitável que essas pessoas amanhã se beneficiem por uma falta de legislação numa situação emergencial como está passando em todos os estados da federação”, disse Ronaldo Caiado.
Conforme dados de monitoramento de focos de fogo ativos do Cempa, que são detectados pelo sensor MODIS do satélite AQUA, considerado “satélite de referência” pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2024 já foram 2.728 em Goiás. Durante todo o ano de 2023 foram 1.831.