19 de novembro de 2024
Cidades

Em ano de pandemia, mortes crescem quase 18% em Goiás

Sepultamento de vítimas da covid-19. (Foto: Prefeitura de Maringá)
Sepultamento de vítimas da covid-19. (Foto: Prefeitura de Maringá)

Mais de 46 mil goianos perderam a vida em 2020. Segundo dados do registro civil, divulgados nesta quinta-feira (18), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os 46.530 óbitos registrados no estado no ano passado representam um crescimento de 17,8% em comparação com 2019.

Foram 7.045 mortes a mais de um ano para o outro, uma vez que 2019 teve 39.485 mortes registradas no estado.

O acréscimo na mortalidade coincide com a pandemia de covid-19. Os primeiros casos foram registrados em Goiás em março do ano passado. Os meses de julho e agosto de 2020, quando houve maior número de mortes causadas pelo coronavírus, tiveram a maior alta proporcional na comparação com 2019. Em agosto, quando houve 5.160 óbitos, a elevação foi de 56,8%. No mês anterior, foram registradas 5.130 mortes.

Neste período, Goiás viveu o pico da primeira onda da epidemia. Hospitais ficaram cheios, e a mortalidade pela doença também cresceu. No ano passado todo, conforme a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a covid foi responsável por 6.805 óbitos.

Mortes por ano em Goiás.

Os dados do registro civil, segundo o IBGE, mostram que, na comparação com 2019, o ano passado teve aumento de 20% nos óbitos de causas naturais, com 42.373 óbitos. Os dados incluem as pessoas que perderam a vida por doenças. As mortes violentas cresceram 2,5%, chegando a 3.524 em 2020.

Cresceu proporcionalmente mais o número de goianos que morreram em casa (21,9%) que aqueles que faleceram no hospital (17,6%).

Mortes em Goiânia aumentam mais que em Goiás


Se chama atenção o aumento de quase 18% nos óbitos em Goiás, o número de Goiânia é ainda mais alarmante. A capital viu o total de mortes crescer 25,9% em 2020, na comparação com 2019.

A maior cidade do estado teve 10.611 óbitos registrados no ano passado. Em 2019, foram 8.429.

Chama atenção também a maior mortalidade de idosos da faixa entre 60 e 64. Em Goiânia, as mortes entre pessoas dessa faixa etária cresceu 50%, quase o dobro da média estadual, que foi de 26%.

Em Goiás, todas as faixas etárias de idosos tiveram alta significativa e acima da média. Entre 65 e 69, o crescimento foi de 25%, assim como entre 70 e 74 anos. Das pessoas a partir de 75, a mortalidade subiu na casa de 20%.

Em contrapartida, houve reduções nos casos de óbitos entre pessoas com menos de 14 anos em todas as faixas no estado. A queda mais significativa foi na faixa entre 1 e 4 anos, com uma redução de mais de 30% em relação a 2019. Houve queda também no grupo com menos de um ano (-14,6%). Esse fato, segundo o IBGE, pode estar relacionado tanto à diminuição dos níveis de mortalidade nessa faixa etária quanto ao menor número de filhos nascidos no último ano.

Diferença de mortes por faixa etária entre 2019 e 2020

Aumento foi acima da média nacional

O aumento de mortes em Goiás no ano passado superou a média nacional. Em 2020, o país teve o maior crescimento anual de mortes desde 1984. Os óbitos cresceram 14,9% sobre os números de 2019. Já os nascimentos tiveram queda de 4,7% no mesmo período.

No ano passado, o Brasil registrou 1.513.575 mortes, 195.965 a mais do que em 2019. Tanto porcentualmente (14,9%) quanto em números absolutos, foi a maior alta em 37 anos, segundo o IBGE. Todas as regiões do país registraram aumentos. Os maiores foram no Norte (25,9%) e no Centro-Oeste (20,4%). O Nordeste também teve alta superior à média (16,8%), seguido pelo Sudeste (14,3%) e o Sul (7,5%).


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