12 de setembro de 2024
DG Entrevista

É mais interessante candidatura ao Senado pela oposição do que isolado na base, diz especialista

Cientista político Guilherme Carvalho cita especificamente uma possível composição entre Lissauer Vieira e Marconi Perillo
Para Guilherme Carvalho, em um cenário de candidaturas isoladas, Marconi Perillo e Gustavo Mendanha tendem a ser mais afetivos na transferência de voto para o candidato ao Senado do que Ronaldo Caiado (Foto: Reprodução)
Para Guilherme Carvalho, em um cenário de candidaturas isoladas, Marconi Perillo e Gustavo Mendanha tendem a ser mais afetivos na transferência de voto para o candidato ao Senado do que Ronaldo Caiado (Foto: Reprodução)

O cientista político Guilherme Carvalho afirmou, durante participação no programa DG Entrevista, que, para os pré-candidatos ao Senado da base do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), é melhor, do ponto de vista eleitoral, estar em uma chapa de oposição do que lançar candidatura isolada.

Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) e da UniAraguaia, Guilherme Carvalho cita especificamente o caso do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD).

“Lissauer tinha a palavra de que seria o candidato oficial da chapa, pelo menos era o que se dizia, mas ele tem de lutar com os outros que também são aliados do governador Caiado. Nesse sentido, o mais interesse, pensando em sobrevivência, seria abrir uma janela de conversação com Marconi [Perillo, do PSDB] e talvez até pular para o outro lado do muro tendo maior projeção para ser eleito”, disse.

Na avaliação do cientista político, “a transferência de voto daqueles que não ocupam o cargo de governador, como Gustavo Mendanha [Patriota] e Marconi Perillo, para o candidato da sua chapa tende a ser mais efetiva do que a transferência de votos do Caiado porque segue a lógica [de uma candidatura majoritária tradicional]”.

Guilherme Carvalho argumentou que, devido à possibilidade de candidaturas isoladas, pode haver um cenário “híbrido”. Segundo ele, a eleição majoritária para o Senado, em que o mais votado é o eleito, tende, ao mesmo tempo, “se configurar em um sentido distrital”, ou seja, o candidato deve disputar apenas “distritos onde já é forte eleitoralmente”.

Sem a presença de Marconi na corrida pela vaga de senador, já que o tucano confirmou sua pré-candidatura ao governo estadual, “tudo indica” que o deputado federal Delegado Waldir (União Brasil) será o favorito, mas outros nomes não podem ser descartados, de acordo com o cientista político.

Por ser o candidato oficial na chapa de Mendanha, o deputado federal João Campos (Republicanos) tem, na opinião de Guilherme Carvalho, potencial de crescimento, assim como o próprio Lissauer em razão de sua estrutura política.

“Ele tem tempo para trabalhar a imagem e a estrutura para fazer indicações orçamentárias que de fato vão impactar na capacidade de sobrevivência de outros políticos, como deputados federais, deputados estaduais, vereadores e prefeitos, que têm sido beneficiados pelo presidente do Legislativo estadual de alguma forma”, pontuou.

“Capacidade de usar a máquina que tem nas mãos, além dos acordos já costurados, ele tem aos montes”, declarou. “Agora, resta saber se terá capacidade de manejar isso de uma forma que aumente a sua sobrevivência e ampliação de poder.”

Veja abaixo a entrevista na íntegra, em que o cientista político também abordou as articulações dos pré-candidatos a senador em busca de suplentes.


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