O Deputado Renato de Castro (UB) denunciou na Assembleia Legislativa (Alego) na sessão desta quinta-feira (30), a invasão do escritório político em Goianésia, seguida de ameaças de morte a familiares e servidores dele, que já foi prefeito do município. O assunto repercutiu entre os parlamentares.

O presidente da Alego, Bruno Peixoto (UB) determinou que Renato de Castro fique sob segurança da Polícia Legislativa. A Mesa Diretora da Casa divulgou nota de repúdio.

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“Subo à tribuna estarrecido, mas encorajado. Em Goianésia, sempre existiu um grande diálogo político de forma respeitosa. Infelizmente, ontem, esse histórico foi quebrado”, afirmou o deputado na Tribuna.

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Prisão

O autor das ameaças, Jamil El Hosni, 60, acabou preso pelo advogado do deputado, Aparecido Costa, dentro da delegacia da cidade, onde ameaças teriam sido repetidas na frente de agentes na quarta-feira (29).

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Após a invasão do escritório, ocorrida por volta das 15h30 de quarta, o deputado procurou a Delegacia de Polícia de Goianésia para registrar uma ocorrência. Ele estava acompanhado da mãe, Lizete Rodrigues de Menezes e Castro, que também teria sido ameaçada, e do advogado.

Ameaças na delegacia

Segundo o Meganésia, um portal de notícias da cidade, no corredor da delegacia as vítimas se depararam com o suspeito, e ele fez novas ameaças: “Se algo acontecer com meu filho, eu mato Fião [Manoel Castro de Arantes, pai de Renato de Castro], eu mato Lizeti e eu mato Renato. Eu mato a família toda”. Hosni teria continuado afirmando que “vocês estão na minha lista, vocês não sabem com quem estão mexendo”.

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Foi neste momento que o advogado Aparecido Costa deu voz prisão ao suspeito, o que teria sido apoiado pelos policiais civis que presenciaram a cena.

Áudio gerou rompante

Segundo o deputado Renato de Castro, a justificativa para o rompante de Jamil seria um áudio de um homem conhecido na cidade afirmando que o grupo político do parlamentar planejou plantar drogas no carro de Jamil El Hosni Júnior, filho do preso.

Renato de Castro rechaçou a versão e alertou para o perigo de informações espalhadas digitalmente.

“Minha índole não permite que eu faça nada daquilo que fui acusado. Enquanto a discussão estava apenas no campo das denúncias infundadas, eu ignorava, mas não posso aceitar o que aconteceu. Não irei aceitar ameaças de morte”, afirmou.

Em sua fala no Pequeno Expediente, ele repudiou os ataques e agradeceu as notas de solidariedade. Vários deputados se expressaram pelas redes sociais e também após o pronunciamento dele.

Questionamento

Mas também foi nesta hora que ele questionou tanto o colega de Alego, José Machado (PSDB), quanto o prefeito de Goianésia, Leonardo Menezes (PSDB), que segundo Renato de Castro, silenciaram sobre o ocorrido.

“Não me surpreendo porque ambos financiam parentes (de Jamil) através de empregos, inclusive no gabinete do deputado José Machado aqui [na Alego]”, citou ao microfone. Conforme divulgado pela Alego, Jamil é assessor especial do atual prefeito de Goianésia.

Nem o deputado José Machado, nem o prefeito foram localizados pela reportagem nesta tarde para comentar. Machado, segundo um assessor, estava em viagem para Brasília, mesmo destino do prefeito, segundo a assessoria de Imprensa de Leonardo Menezes. Ambos não retornaram ao contato e o espaço permanece aberto.

Outra polêmica de Jamil

Não é a primeira vez que Jamil El Hosni chama a atenção da opinião pública. Antes, teve destaque na imprensa nacional há um ano quando vazou um áudio dele em um grupo de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com xingamentos à ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia.

Na época dos insultos, ele foi apontado como empresário do agronegócio goiano do grupo que liderou bloqueios nas estradas e tentou golpes contra a democracia.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Jamil El Hosni nesta quinta. Os contatos divulgados como sendo do filho, Jamil El Hosni Júnior, estão defasados.

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