Um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que 72% dos brasileiros sofrem com alguma doença relacionada ao sono, entre elas, a insônia. Segundo a Dra. Mirella Fazzito, médica neurologista, a insônia é caracterizada pela dificuldade em iniciar o sono, mantê-lo de forma contínua durante a noite e até mesmo pelo despertar antes do horário desejado.
“Esse problema pode estar relacionado a diversos fatores, como ansiedade, problemas clínicos, emocionais, entre outros”, explica a profissional. A boa notícia é que existem algumas maneiras simples de melhorar a insônia. “Alguns hábitos que as pessoas nem imaginam, podem estar contribuindo para noites mal dormidas”, explica Fazzito.
Um exemplo muito comum de medicamento que estimula o sono é a melatonina, um hormônio produzido pelo nosso próprio corpo, mas que pode ser suplementado. Segundo a doutora Mirella, no entanto, não é indicado ficar tomando esse suplemento sem a orientação de um médico.
A especialista faz um alerta sobre medicamentos que estimulam o sono, sem a indicação adequada. “Em alguns casos pode melhorar o sono, mas desde que a indicação seja correta e feita pelo médico. O uso incorreto da melatonina pode atrapalhar na produção natural do hormônio”, explica.
Também é preciso ter limite com bebidas estimulantes, como café, alguns chás e refrigerantes, devem ser estabelecidos em relação ao horário e também à quantidade consumida ao longo do dia. “O ideal é tomar esse tipo de bebida até o fim da tarde. Depende da sensibilidade de cada um, mas os estimulantes estão frequentemente associados a insônia”, explica a especialista.
A rotina é a melhor maneira de organizar o sono. Para isso, é importante criar o hábito de seguir um “cronograma” durante a noite, organizado conforme seus próprios horários. “Quando você cria o hábito de tomar banho, jantar, ler e fazer as coisas sempre nos mesmos horários, fica mais fácil fazer a famosa ‘higiene do sono’, que é a melhor forma de amenizar e prevenir a insônia”, diz Mirella.
Um outro ponto destacado pela profissional é a alimentação próxima ao horário de dormir. Segundo ela, essa prática pode atrapalhar o corpo de diversas formas, interferindo, inclusive, no sono. “Não são todos que têm o sono prejudicado por conta da alimentação, mas aqueles que apresentam refluxo, por exemplo, podem apresentar problemas na qualidade do seu sono”, finaliza a neurologista.