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Notícias do Estado
| Em 2 anos atrás

Dossiê aponta que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo

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O Dossiê Assassinatos e Violências contra Travestis e Transexuais Brasileiras da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), apresentado em cerimônia no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, na última quinta-feira (26), aponta que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo, seguido de México e Estados Unidos.

De acordo com os dados, somente em 2022, 131 pessoas trans e travestis foram assassinadas no país. Outras 20 tiraram a própria vida em virtude de discriminação e do preconceito. Deste número, 130 referem-se a mulheres trans e travestis e uma a homem trans. Quase 90% das vítimas tinham de 15 a 40 anos.

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De acordo com a pesquisadora responsável e secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides, um dos fatores que contribuem para esse quadro estão a ausência de ações de enfrentamento da violência contra pessoas LGBTQIAP+. Além disso, a falta de dados e subnotificações governamentais também podem contribuir para um cenário impreciso ao longo dos anos, o que dificulta a identificação de acusados.

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Segundo o levantamento, entre os 131 assassinatos do ano passado, foram identificados somente 32 suspeitos. O dossiê indica que a maior parte dos suspeitos não costuma ter relação direta, social ou afetiva com a vítima. Ademais, “práticas policiais e judiciais ainda se caracterizam pela falta de rigor na investigação, identificação e prisão dos suspeitos”.

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Perfil das vítimas e localização

O documento apontou ainda que 61% dos assassinatos ocorreram durante o primeiro semestre de 2022. Em números absolutos, Pernambuco foi o estado que mais registrou assassinatos, com 13 casos, seguido por São Paulo (11), Ceará (11), Minas Gerais (9), Rio de Janeiro (8) e Amazonas (8).

O perfil das vítimas no Brasil é o mesmo dos outros anos: mulheres trans e travestis negras e empobrecidas. A prostituição é a fonte de renda mais frequente. Entre as vítimas, 76% eram negras e 24% brancas. O levantamento mostra que mulheres trans e travestis têm até 38 vezes mais chance de serem assassinadas em relação aos homens trans e às pessoas não-binárias.

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Com informações da Agência Brasil

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Luana Cardoso

Atualmente atua como repórter de cidades, política e cultura. Editora da coluna Crônicas do Diário. Jornalista formada pela FIC/UFG, Bióloga graduada pelo ICB/UFG, escritora, cronista e curiosa. Estagiou no Diário de Goiás de 2022 a 2024.