10 de agosto de 2024
Furdunço

Discussão em torno da Avenida Castelo Branco faz Clécio Alves renunciar liderança do MDB na Câmara 

Agora ex-líder do MDB diz que foi desrespeitado por colegas
Debate termina em discussão entre Clécio Alves (MDB) e Léo José (PTB). Rodart (DC) aparta a briga. (Foto: Reprodução/TV Câmara Gyn)
Debate termina em discussão entre Clécio Alves (MDB) e Léo José (PTB). Rodart (DC) aparta a briga. (Foto: Reprodução/TV Câmara Gyn)

A manutenção da derrubada do veto do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) que manteve o nome da Avenida Castelo Branco decidida ontem (23/02) pela Câmara dos Vereadores enfureceu o vice-presidente da Casa, Clécio Alves (MDB). Nesta quarta-feira (23/02) o emedebista reiterou que não vai permanecer no posto e destacou a renúncia.

“Eu quero que fique registrado em ata em negrito que desde a data do dia de ontem, eu, vereador Clécio Alves, não sou mais líder do MDB nesta casa. Renunciei por decisão pessoal irrevogável e definitiva. Portanto, que todos tenham conhecimento que não sou mais líder do MDB nesta casa”, pontuou logo no início da sessão desta quarta.

Em dezembro do ano passado, os parlamentares da Câmara aprovaram com votação expressiva a mudança do nome da Avenida Castelo Branco para Iris Rezende Machado. Propositor do projeto, o vereador Clécio Alves comemorou e ressaltou que a mudança tratava-se do reconhecimento do ex-prefeito na luta pela democracia no Brasil.

Mas nem todos gostaram da possível mudança e logo começaram as contestações. Empresários e donos de estabelecimentos na Avenida não queriam ver o nome ser alterado. O prefeito Rogério Cruz os ouviu e vetou o texto apoiado por um parecer da Procuradoria-Geral do Município que argumentou que a alteração de nomes de ruas e logradouros públicos só pode ser feita com a aprovação da maioria dos moradores da região.

Os vereadores contestaram a decisão do prefeito e por um momento parecia que estavam caminhando para que o veto fosse derrubado com a decisão da Comissão de Constituição e Justiça na última quarta-feira (16/02)  que voltou a pauta para o Plenário da Câmara. Os parlamentares poderiam então apreciar e derrubar de vez o veto transformando a Avenida Castelo Branco em Avenida Iris Rezende Machado.

Clécio se sentiu traído

O vereador Clécio Alves começou a sessão nesta terça-feira (22/02) orientando a bancada do MDB na derrubada do veto e sentiu-se humilhado após ver seus colegas indo na contramão de sua orientação. O líder do governo na Câmara, Anselmo Pereira (MDB) e o vereador Henrique Alves (MDB) foram dois dos que deram cabo ao veto do prefeito Rogério Cruz.

Alves ficou irado. Disse que não foi respeitado pelos colegas e que não tinha mais condições de continuar liderando a legenda na Câmara. “Estou vendo que o vereador Henrique Alves e o vereador Anselmo estão votando a favor da manutenção do veto. O vereador Henrique já votou pela manutenção do veto. Eu como líder da bancada pedi para votar pela derrubada do veto, como não fui respeitado, estou neste momento renunciando. Eu não tenho condições de continuar sendo líder da bancada do MDB. É uma vergonha, uma vergonha o que está acontecendo aqui. Em nome do Iris e do MDB eu renuncio a liderança do MDB, a partir de hoje, os senhores podem eleger outro líder”, esbravejou.

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Briga separada por Rodart

Minutos antes de declarar a renúncia, Clécio Alves e o vereador Léo José (PTB) quase protagonizaram cenas de tapas e agressões físicas. O emedebista pediu questão de ordem após o vereador Anselmo Pereira liberar a bancada do governo a votar a matéria como quisessem, mas foi interrompido pelo petebista que chegou a desligar o microfone do vice-presidente da Câmara.

Se já estava ensandecido, Clécio foi tomado pelo furor. “Se esse sujeito botar a mão aqui eu não me respondo por mim! Some daqui rapaz, some daqui malandro! Some daqui!” esbravejou diversas vezes. “Me respeita, moço!”. A situação teve de ser apaziguada pela vereadora Gabriela Rodart (DC) e outros parlamentares e assessores.


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