O nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi incluído na lista da difusão vermelha da rede internacional de polícias (Interpol) nesta quinta-feira (5) e ficará disponível a 196 países-membros. Desde novembro a Interpol tem como secretário-geral, em Lyon, na França, o brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal (PF).
Urquiza esteve à frente da avaliação do pedido enviado pela PF sobre Zambelli. Esses pedidos levam em conta os critérios da Interpol para admitir a inserção na difusão vermelha, que excluem casos de perseguição política, racial ou de origem. Ele é o primeiro brasileiro e o primeiro representante de um país em desenvolvimento a ocupar o cargo em mais de 100 anos de existência da Interpol.
Nos próximos dias a fotografia e os dados pessoais da deputada vão aparecer no site da Interpol. Como sua prisão foi decretada, um dos países-membros pode extraditar a deputada.
Ministro determinou prisão
No final da tarde de quarta-feira (4), o diretor-geral da PF, delegado Andrei Passos, encaminhou o pedido após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Na quarta, o ministro determinou a prisão da deputada após ela anunciar que saiu do País e estava nos Estados Unidos. Zambelli disse que depois viajaria para a Itália, país do qual tem cidadania. Lá houve reação contrária à possibilidade de a parlamentar usar sua cidadania para escapar das punições já determinadas pelo Judiciário do Brasil.
Além da prisão e da inclusão na lista da Interpol, o ministro determinou o bloqueio dos passaportes de Carla Zambelli, das contas bancárias e do salário e de quaisquer verbas de gabinete pagos pela Câmara à deputada.
Moraes também pediu o bloqueio dos perfis da parlamentar nas redes sociais, sob pena de multa. Além disso, ele ainda estabeleceu que a PF informe ao juiz a localização da deputada para viabilizar o pedido de extradição
Situação de Zambelli
Carla Zambelli foi condenada a 10 anos de prisão e à perda de mandato pela Primeira Turma do STF no dia 14 de maio. Ela foi acusada de invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com auxílio do hacker Walter Delgatti Neto, que também foi julgado.
Moraes determinou que o hacker e a deputada pagassem R$ 2 milhões por danos materiais e morais coletivos. Além disso, ele também fixou multas individuais, de cerca de R$ 2,1 milhões para a deputada e de R$ 520 mil para Delgatti. Zambelli podia recorrer da decisão, por isso a pena não havia ainda sido aplicada.
As difusões da Interpol
A difusão vermelha onde estará inscrita Zambelli é um dos bancos de dados da Interpol compartilhado entre os países-membros e tem o objetivo de achar e prender pessoas procuradas.
Também existem as difusões amarela (desaparecidos), azul (informações sobre pessoas investigadas), negra (cadáveres não identificados), verde (pessoas perigosas à segurança pública), laranja (fatos, objetos ou pessoas que podem por em risco grave a segurança) e roxa (troca de informações sobre ocultação de criminosos). Por fim, sem cor definida, está a Difusão Especial da Interpol (Conselho de Segurança das Nações Unidas / ONU), um aviso emitido para auxiliar os países-membros no cumprimento destas sanções internacionais.
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