10 de agosto de 2024
Saúde

Diabetes provoca recorde de amputação de pernas e pés no Brasil

“Os dados sugerem uma alta progressiva no número de amputações e desarticulações de membros inferiores no Brasil. O levantamento revela que os dados acumulados em 2023 projetam este ano como o pior da série histórica iniciada em 2012”, destacou a entidade
A entidade também chama a atenção para o fato de que muitas pessoas não sabem que têm diabetes e só procuram assistência médica quando já apresentam complicações graves, como úlceras nos pés. Foto: Marcello Casal Júnior/Agência Brasil
A entidade também chama a atenção para o fato de que muitas pessoas não sabem que têm diabetes e só procuram assistência médica quando já apresentam complicações graves, como úlceras nos pés. Foto: Marcello Casal Júnior/Agência Brasil

O Sistema Único de Saúde (SUS) realizou mais de 282 mil amputações de pernas ou pés entre janeiro de 2012 e maio de 2023, de acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV). Em 2022, foram 31.190 cirurgias desse tipo na rede pública, uma média de 85 por dia. A entidade alerta que esse número vem crescendo a cada ano e que alguns estados registraram um aumento de mais de 200% de 2012 para 2013.

A SBACV aponta que a maior parte das amputações está relacionada a doenças vasculares, especialmente a síndrome do pé diabético, que afeta mais da metade dos pacientes que passam por esse procedimento. Além disso, outros fatores de risco incluem tabagismo, hipertensão, dislipidemia, idade avançada, insuficiência renal crônica, hipercoagubilidade e histórico familiar.

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“Os dados sugerem uma alta progressiva no número de amputações e desarticulações de membros inferiores no Brasil. O levantamento revela que os dados acumulados em 2023 projetam este ano como o pior da série histórica iniciada em 2012”, destacou a entidade.

Diabetes

A entidade também chama a atenção para o fato de que muitas pessoas não sabem que têm diabetes e só procuram assistência médica quando já apresentam complicações graves, como úlceras nos pés. Essas lesões podem evoluir para infecções e gangrenas, que exigem a amputação do membro afetado.

“Pacientes com diabetes e úlceras nos pés apresentam taxa de mortalidade duas vezes maior em comparação com pacientes diabéticos sem úlceras nos pés. Os submetidos à amputação maior de um membro inferior apresentam baixas taxas de sobrevida”, explica a entidade.

A SBACV ressalta que a amputação de um membro inferior tem um alto impacto na qualidade e na expectativa de vida dos pacientes. Cerca de 10% dos pacientes morrem no período perioperatório, 30% no primeiro ano, 50% no terceiro ano e 70% no quinto ano após a cirurgia. A entidade recomenda que os pacientes com diabetes façam um acompanhamento regular com um angiologista ou cirurgião vascular para prevenir e tratar as doenças vasculares.

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O estudo da SBACV mostra que em primeiro lugar as regiões Sudeste e Nordeste são as que mais realizam amputações de membros inferiores no Brasil, com 118.962 e 92.265 cirurgias, respectivamente, no período de janeiro de 2012 a maio de 2023. Em seguida, vêm as regiões Sul, com 39.952; Norte, com 15.848; e Centro-Oeste, com 15.546 procedimentos.

Estados

O estado que teve o maior aumento foi Alagoas, que passou de 182 cirurgias em 2012 para 571 em 2022, um crescimento de 214%. Outros estados que também tiveram altas expressivas foram Ceará (175%), Amazonas (120%), Bahia (83%) e Rondônia (83%).

Por outro lado, Roraima e Pernambuco foram os estados que tiveram o menor aumento no número de amputações, com 12% e 18%, respectivamente.

Enquanto, em 2022, os estados que mais fizeram amputações de pernas ou pés no SUS foram São Paulo (59.114), Minas Gerais (29.851), Rio de Janeiro (24.465), Bahia (24.395), Pernambuco (18.523) e Rio Grande do Sul (16.269).

Por fim, os estados que menos fizeram esse tipo de cirurgia foram Amapá (376), Roraima (398), Acre (688), Tocantins (1.356) e Rondônia (1.606).

Fonte: Agência Brasil.


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