O plenário do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) rejeitou ontem recursos apresentados pelo senador cassado Demóstenes Torres (ex-DEM) e deixou de apreciar novo afastamento do ex-parlamentar, o que permite que ele retome o cargo de procurador de Justiça em Goiás já a partir do próximo mês. O corregedor nacional do Ministério Público, Jeferson Luiz Coelho, colocou em pauta o processo administrativo disciplinar aberto contra Demóstenes. Foi o primeiro item da pauta da sessão de ontem do CNMP.
Depois de perder o mandato por ter favorecido o bicheiro Carlinhos Cachoeira no exercício da função parlamentar, Demóstenes voltou a atuar como procurador de Justiça no MP goiano. Em razão da abertura de um processo administrativo disciplinar, ele foi afastado do cargo por 60 dias, prazo prorrogado por mais 60 dias. O afastamento termina no próximo dia 30. Como o CNMP só volta a se reunir em abril, Demóstenes terá tempo para voltar ao posto de procurador de Justiça em Goiás. O conselho encaminhou o processo disciplinar para o sorteio de um relator para o caso, o que aconteceu na tarde de ontem mesmo, com a escolha de Claudia Chagas.
Em 30 de janeiro, o conselho analisou os primeiros embargos de declaração propostos por Demóstenes com pedidos de esclarecimento sobre o processo disciplinar. Os conselheiros decidiram prorrogar o afastamento do procurador por mais 60 dias. Mas o CNMP só conseguiu notificar oficialmente Demóstenes no último dia 5, a poucas semanas do fim do prazo de afastamento.
Ontem, dois conselheiros que se declararam suspeitos para analisar o caso de Demóstenes deixaram de se manifestar sobre os recursos: Tito Amaral, promotor e ex-assessor de gabinete do então senador, e Fabiano Silveira, consultor do Senado que chegou ao cargo por influência de Demóstenes.
Fonte Jornal O GLobo