Categorias: Política

Deu no Estadão: Assessor diz que recebeu de Cachoeira por serviço eleitoral prestado a Perillo

Uma revelação sobre pagamento de conta de campanha da candidatura a governador de Marconi Perillo, por uma empreiteria ligada a Carlinhos Cachoeira, é um novo capítulo que complica a situação do peessedebista. A reportagem do jornal O Estado de São Paulo revela que o responsável pelo programa de rádio da propaganda de Perillo em 2010, Luiz Carlos Bordoni, recebeu R$ 45 mil reais via a Alberto e Pantoja.
O depósito foi feito na conta de Bruna Bordoni, filha do jornalista, por solicitação dele, por ordem de Lúcio Gouthier Fiúza, um dos asessores mais próximos do governador Marconi Perillo.
O caso começou a ser investigado após a citação ao nome da filha de Bordoni, durante o depoimento de Demóstenes Torres na Comissão de Ética do Senado.

Veja a reportagem publicada pelo site do Estadão, às 22h30 de quinta, 31 de maio.

Por Fernando Gallo, de O Estado de S.Paulo

Responsável pela propaganda eleitoral de Marconi Perillo (PSDB) no rádio em 2010, o jornalista Luiz Carlos Bordoni afirma que uma empresa do esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira foi usada para pagar os serviços de publicidade que ele prestou para a campanha do governador goiano. Segundo Bordoni, o pagamento, feito pela Alberto e Pantoja, empresa fantasma que segundo a Polícia Federal era controlada por Cachoeira, foi comandado por Lúcio Fiúza Gouthier, assessor especial de Perillo.

O depósito de R$ 45 mil, referente à metade do total de R$ 90 mil que o jornalista diz ter ficado pendente de pagamento após as eleições, foi feito pela Alberto e Pantoja na conta da filha de Bordoni, Bruna Bordoni, em 14 de abril de 2011, e consta dos autos da Operação Monte Carlo.

Segundo o jornalista, o pagamento saiu depois de ele ter cobrado o staff de Perillo da dívida, que já perdurava seis meses. Quem cuidou da operação foi o assessor do governador.

“O sr. Lúcio Gouthier me ligou perguntando o número da minha conta pra depositar esse dinheiro. Eu disse a ele que estava viajando, e que minha filha, que paga minhas contas e administra as minhas coisas, iria receber. Dei o número da conta dela para ele. De repente, essa conta foi passada para a Pantoja”, sustentou Bordoni, em entrevista exclusiva ao Estado. “O dinheiro foi depositado pela Pantoja na conta da minha filha. Era dívida de campanha do governador Marconi Perillo dos R$ 90 mil de saldo do trabalho que prestei a ele no programa de rádio na campanha de 2010.”

Assessor. Lúcio Gouthier é o assessor de Perillo que assinou documento afirmando ter recebido R$ 1,4 milhão pela casa do governador, que supostamente foi vendida para Carlinhos Cachoeira. Ele também é suspeito de ter recebido R$ 500 mil, que teriam sido enviados pelo braço direito do contraventor, Wladimir Garcêz, ao Palácio das Esmeraldas, sede do governo goiano, em uma caixa de computador.

A assessoria de Perillo nega ter feito os pagamentos por meio da empresa. “O Lúcio Gouthier é o homem que resolve todas as questões pendentes das campanhas eleitorais. Ele se responsabilizou por isso, ele resolveu e ele pagou. Pediu o número da conta pra depositar e depositou”, afirma Bordoni, que comandou todas as propagandas eleitorais de Perillo no rádio desde 1998, e, em 2010, além de dirigir os programas, era também o locutor.

Bordoni afirma que ele e Bruna só se deram conta da origem do pagamento quando o nome da filha apareceu na quebra de sigilo da Alberto e Pantoja. Bruna chegou a ser nomeada em 2005 como assessora do senador Demóstenes Torres, mas não tomou posse porque foi diagnosticada com uma doença no fígado e teve de fazer um transplante. Segundo Bordoni, a nomeação era um gesto de gratidão porque ele havia feito a campanha de Demóstenes ao Senado em 2002 sem cobrar.

O jornalista declarou conhecer Perillo desde que o governador integrava o PMDB Jovem na década de 1980, e disse ter “relação de amizade” com o tucano.

Bordoni diz ter resolvido vir a público denunciar o pagamento quando o nome de sua filha foi citado durante o depoimento de Demóstenes ao Conselho de Ética, anteontem, e por ter tido sua credibilidade sob suspeita. “Prestei o serviço honestamente. Não vou deixar que ninguém venha avacalhar minha credibilidade por causa de Cachoeira.”

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: altairtavares@diariodegoias.com.br .

Notícias Recentes

Mabel promete despachar da Comurg semanalmente, até solucionar crise, se eleito

Se eleito, o candidato a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), promete despachar da Companhia…

18/08/2024

Atlético-GO conquista diante do Internacional sua primeira vitória em casa no Brasileiro Série A

Depois de dez jogos o Atlético-GO comemorou sua primeira vitória em casa no Campeonato Brasileiro.…

18/08/2024

Ministra da Gestão confirma que abstenção do CNU foi alta, mas dentro do esperado

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, confirmou que o…

18/08/2024

Mais da metade dos brasileiros está acima do peso, aponta pesquisa Datafolha

A pesquisa Datafolha encomendada pela Novo Nordisk apontou que mais da metade dos brasileiros está…

18/08/2024

Obras na GO-132 são retomadas entre Niquelândia e Colinas do Sul

As obras de pavimentação da GO-132, entre Niquelândia e Colinas do Sul, foram retomadas pela…

18/08/2024

Com umidade do ar mínima chegando aos 14% em Goiás, Defesa Civil reforça cuidados com o tempo seco

Com mais uma onda de calor em Goiás, desta vez, a preocupação é também com…

18/08/2024